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Brasil Os bancos brasileiros mantêm bons resultados mesmo com a crise econômica

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Bancos estatais têm posição privilegiada que os protege contra riscos. (Foto: EBC)

O clima econômico no Brasil tem tendência a mudanças radicais. Durante os anos 1980 e início da década seguinte, a hiperinflação era descontrolada. Do fim de 2014 a 2016 o PIB (Produto Interno Bruto) encolheu 7,7%, maior contração jamais registrada. Agora a situação está calma.

No ano passado, O PIB cresceu apenas 1%. E em junho o BC (Banco Central) reduziu de 2,6% para 1,6% a sua previsão de crescimento para este ano. A greve dos caminhoneiros em maio e incertezas quanto ao resultado das eleições de outubro levaram a uma redução da atividade econômica, à desvalorização do real e ao aumento dos juros dos títulos públicos.

Mas os grandes bancos privados do País prosperam. Na recessão, nem o Itaú Unibanco ou o Bradesco, as duas maiores instituições bancárias privadas, viram cair abaixo dos 15,9% a rentabilidade do seu patrimônio – o ROE, indicador do retorno das empresas em relação ao patrimônio.

Em 30 de julho, o Itaú reportou um rendimento líquido no primeiro semestre de R$ 12,5 bilhões (US$ 3,3 bilhões) e um ROE de 20,1%. Alguns dias antes, os bancos Bradesco e Santander, braço da instituição espanhola, reportaram ROEs acima dos 15%. Muitos bancos europeus estão travados em porcentagens de um dígito.

Com o BC reduzindo a Selic, de 14,25% em outubro de 2016 para uma taxa mínima recorde de 6,5% em março deste ano, alguns analistas prognosticam uma contração dos lucros. O que não ocorreu ainda.

A invulnerabilidade dos bancos do Brasil revela muito sobre o modo como a economia funciona. “Quando a inflação era de 1,5% ao dia, os bancos foram forçados a se tornar mais eficientes na transferência e administração do dinheiro”, afirma Candido Bracher, presidente-executivo do Itaú. “Hoje, eles operam em um mercado financeiro repleto de outras distorções”.

Algumas dessas distorções afetam is seus lucros, enquanto outras os inflam. Os bancos públicos têm um papel maior e mais privilegiado que os protege contra riscos, como os empréstimos feitos a setores favorecidos pelo governo, e restringe seus competidores do setor privado.

Crédito caro

Tudo isso significa que empréstimos, especialmente para os consumidores e pequenas empresas, são menores e mais caros do que deveriam ser. Embora os eleitores estejam preocupados principalmente com a corrupção, o crime e o desemprego, o vencedor da eleição presidencial deste ano terá de avaliar como tornar o serviço bancário mais normal. Na realidade, isso já vem ocorrendo.

O que mais chama a atenção do mercado é o predomínio de alguns bancos – fortalecidos nos últimos dois anos com a saída do Citigroup dos EUA, que vendeu sua carteira para o Itaú, e do HSBC, vendido ao Bradesco – e também a importância do Estado como fornecedor e regulamentador do crédito.

Três bancos privados que fornecem empréstimos e três públicos – Banco do Brasil. Caixa Econômica Federal e o BNDES – respondem por 83% dos ativos bancários e 86% dos empréstimos feitos. Os regulamentos direcionam quase metade dos empréstimos para fins privilegiados, financiados por poupanças privadas e o Estado.

Os juros no caso de empréstimos destinados a um fim determinado são em média de 8,9%, conforme o Banco Central. Nos demais casos são altíssimos, em média, de 20,5% para empresas e 45,8% para empréstimos a famílias. Quanto aos créditos pessoais, cartões de crédito e valores a descoberto eles ficam entre esses três porcentuais.

Os bancos insistem que esses amplos spreads refletem não um oligopólio confortável, mas o alto risco de calotes e a dificuldade de processar devedores em tribunais lentos e não simpáticos a eles. Os regulamentos também influem: uma proibição de cobrança de tarifa sobre cheque especial elevou os juros.

Um estudo recente feito pelo Banco Central indica que os bancos têm alguma razão. Ele atribui 37% dos spreads ao custo do calote, 25% aos custos administrativos, 23% aos impostos e somente 15% às margens dos bancos. Os spreads diminuíram com a queda da Selic. Mas os críticos também têm seus argumentos.

Tony Volpon, economista do UBS e ex-membro do Banco Central, estima que os consumidores arcam com cerca de 20 pontos porcentuais mais do que deveriam, com a queda da Selic, da inadimplência e das ROEs dos bancos. O custo de tomada de empréstimos pelas grandes empresas, pelo contrário, parece “quase correto”.

Isso porque as empresas podem comprar com mais facilidade do que um indivíduo. Depois de anos de inflação, o consumidor brasileiro se habituou a comprar produtos a prestação, com os custos dos empréstimos embutidos nos preços.

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https://www.osul.com.br/os-bancos-brasileiros-mantem-bons-resultados-mesmo-com-a-crise-economica/ Os bancos brasileiros mantêm bons resultados mesmo com a crise econômica 2018-08-05
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