Em 91 dias de greve, os peritos do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) já deixaram mais de um milhão de pessoas sem atendimento no País. De acordo com o instituto, esse é o número atualizado de segurados que não conseguem perícia nos postos desde o início da paralisação da categoria, em 4 de setembro.
Em assembleia realizada na quinta-feira, os peritos reafirmaram a greve, que segue sem previsão de encerramento. Enquanto isso, a população sofre na fila do agendamento, com prazo médio de espera em 61 dias, segundo o próprio INSS.
Em 19 de novembro, a Justiça Federal do Rio de Janeiro determinou liminarmente que o instituto faça perícias em até 15 dias após o agendamento. A determinação acata pedido do MPF (Ministério Público Federal), que ajuizou ação civil pública contra o órgão. Se o prazo não for cumprido, o INSS terá de contratar temporariamente médicos terceirizados.
A determinação foi feita dia 24. Mas como o INSS tem dez dias para recorrer, ainda não foi atendida. Responsável pela ação, a procuradora do MPF Ana Padilha Luciano de Oliveira insiste na urgência. “A população não pode esperar.” A perícia está sendo feita por 30% do efetivo – percentual obrigatório por lei. Mas o presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social, Francisco Eduardo Cardoso, lembra que 95% dos 4.378 servidores da categoria já aderiram à greve. (AD)
