A maioria dos brasileiros avaliou positivamente o desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta semana. O resultado foi interpretado por analistas como um indicativo de que a reunião, apesar de envolver dois líderes com trajetórias e perfis ideológicos muito distintos, teve impacto relevante na percepção pública sobre a atuação internacional do governo brasileiro.
De acordo com o levantamento, 45% dos entrevistados afirmaram que o petista saiu politicamente mais forte da reunião com o ex-presidente norte-americano. Já 30% consideraram que Lula ficou mais fraco após o encontro, enquanto 10% avaliaram que ele permaneceu igual. Outros 15% não souberam responder ou preferiram não opinar. Esses números mostram que, embora a avaliação positiva seja predominante, ainda há parcela significativa da população que enxerga o movimento com cautela ou mantém dúvidas sobre seus efeitos concretos.
O levantamento também investigou a percepção pública sobre o futuro das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, especialmente no que se refere a possíveis negociações para redução de tarifas. Quando questionados sobre a probabilidade de um acordo, 51% afirmaram acreditar que Lula e Trump chegarão a um entendimento. Por outro lado, 39% consideram improvável que os dois líderes consigam convergir em questões tarifárias, refletindo incertezas quanto ao ritmo e aos limites da cooperação bilateral. Para especialistas, esse resultado sugere que, apesar das diferenças políticas, o eleitorado brasileiro demonstra expectativa moderada de avanços econômicos a partir do diálogo entre os dois governos.
A reunião mencionada ocorreu no último dia 26, em Kuala Lumpur, na Malásia, durante a participação de ambos como convidados da 47ª Cúpula de Líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). O encontro, embora breve, ganhou destaque internacional por reunir os dois presidentes em um momento de reorganização das alianças diplomáticas e de debates sobre comércio, tecnologia e segurança global. Para observadores, a conversa simbolizou um esforço de aproximação pragmática, motivado principalmente por agendas econômicas e pela necessidade de ampliar espaços de diálogo multilateral.
A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 6 e 9 de novembro, por meio de entrevistas presenciais. O levantamento ouviu 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais, distribuídos por todas as regiões do País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%. (Com informações de O Estado de S. Paulo)
