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Polêmica na 37ª edição da Campereada Internacional: cavalo e boi são pintados de rosa para homenagear as mulheres

O ato foi em homenagem às mulheres que praticam o esporte. (Foto: Reprodução / Jaderson Alves)

Por Gabriella Rocha*

Os rodeios fazem parte da história e da tradição gaúcha e é sustentado por diferentes modalidades de competições, em que os participantes praticam o esporte que, usualmente, é feito com cavalos e bois. Entre os dias 27 de abril e 1º de maio aconteceu o maior rodeio da fronteira do Rio Grande do Sul, no município de Santana do Livramento, a 37ª Camperada Internacional 2019.

Com programação destinada tanto ao público adulto quanto infantil, a organização do evento prestou uma “homenagem” às mulheres que realizam a prática. Na modalidade, chamada de “Laço perfumado”, um cavalo e um boi foram pintados de rosa, gerando a comoção e a indignação de parte dos internautas, que manifestaram aversão nas redes sociais.

O público questionou, principalmente, a toxidade do material utilizado e as consequências disso na saúde do animal. Entre os comentários, muitos reforçaram a existência de outras maneiras de homenagear a mulher, que não envolvendo e prejudicando os bichos: “não gostei, que os arreios sejam rosa, então, não os bichos”. “Existem outras maneiras de enaltecer a mulher gaúcha que a duras penas vem ocupando seu espaço no movimento tradicionalista, não é pintando de cor de rosa que hoje nem representa o feminino que vamos avançar nossas conquistas. Só me admiro deixarem isso acontecer”, foi outro comentário na rede social da Campereada.

Segundo a Secretaria da Agricultura de Santana do Livramento, a caracterização aconteceu para “abrilhantar a abertura do duelo”. Além disso, de acordo com a secretária Caroline de Menezes, desde o ano passado a pintura acontece e “todos queriam ver o boi rosa novamente”. Caroline ainda afirmou que corante de bolo comestível foi o artefato utilizado para colorir as pelagens dos animais.

O veterinário Guilherme Pereira afirmou que “não existem tintas especiais para a pelagem de animais, mas existem tintas que são atóxicas” – entre elas, está o corante de bolo comestível. Segundo o profissional, estas saem facilmente, basta lavar o cavalo. A cor do pelo também influencia diretamente: “me parece que os animais tem o pelo claro. Se fosse outra pelagem dificilmente iria colorir”.

*Estagiária sob supervisão de Marjana Vargas

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