Domingo, 02 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de outubro de 2015
Ao menos dez pessoas foram presas suspeitas de fraudar concursos públicos durante a Operação Afronta, da PF (Polícia Federal), que cumpriu 14 mandados de prisão em cidades dos Estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Alagoas e Rondônia, nessa quinta-feira. A fraude foi detectada em uma prova do concurso público do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3 Região), aplicada no ano passado, em Sorocaba, no interior paulista, de acordo com o delegado da PF, Victor Hugo Rodrigues Alves Ferreira.
Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa e fraude em certames de interesse público. As penas vão de quatro a 12 anos de prisão.
Denúncia
A denúncia foi feita pelo próprio TRF, que desconfiou da prova discursiva de cinco candidatos que apresentavam respostas muito semelhantes. A partir daí, com um trabalho de investigação que durou cerca de três meses, foi descoberta a existência de uma organização criminosa especializada na fraude dos concursos públicos, em especial de órgãos ligados ao Poder Judiciário.
Segundo a PF, dos 14 mandados de prisão, quatro são contra suspeitos de integrar a quadrilha e os outros dez para candidatos aprovados em concursos que supostamente foram beneficiados por fraude. Todos eles já foram exonerados de seus cargos. Rodrigues ressaltou ainda que não há indícios de participação de funcionários dos órgãos públicos ou das bancas que aplicavam as provas no esquema.
Fraude
A quadrilha selecionava os concursos de interesse e contratava “pilotos” para fazer o exame. Os contratados tinham a exclusiva missão de fotografar, com microcâmeras, o caderno de questões. As imagens eram então enviadas por celular ao líder do grupo, que ficava responsável por repassar as respostas aos candidatos.
A investigação da PF aponta que a organização criminosa já atua há cerca de quatro anos. Neste período, um concurso foi comprovadamente fraudado – caso do TRF de Sorocaba –, e pelo menos outros quatro, ainda não divulgados pela polícia, também podem ter sido alvos dos criminosos. Cerca de 50 pessoas, entre candidatos e integrantes da quadrilha, estão sendo investigadas.