Quinta-feira, 13 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de julho de 2015
O presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, recebeu 4,5 milhões de reais em propina, de acordo com Athayde Ribeiro Costa, um dos procuradores integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras. Os pagamentos foram efetuados entre 2009 e 2014.
Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (28), após a prisão de Silva, o procurador disse que o pagamento de propinas continuou a ocorrer mesmo após a detenção dos primeiros executivos envolvidos no escândalo. “A corrupção no Brasil é endêmica e está em processo de metástase”, ressaltou.
Silva, que tem perfil técnico e fez carreira na Marinha, onde se formou como oficial em 1960, foi preso no Rio pela Polícia Federal. Ele pediu afastamento do cargo em abril, após virem à tona notícias de que teria recebido propina nas obras da usina nuclear de Angra 3. Os pagamentos tiveram origem em contratos das empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix, segundo as investigações. O dinheiro, ainda de acordo com a Procuradoria, percorreu pagamentos de empresas intermediárias por serviços não prestados de consultoria, que, depois, repassaram os valores para a Aratec Engenharia Consultoria e Representações, controlada pelo almirante. Uma das notas da Aratec foi emitida em setembro de 2014, seis meses após o início das investigações da Lava-Jato.
O executivo da Andrade Gutierrez Flávio David Barra, responsável por representar a empresa no consórcio da usina nuclear Angra 3, também foi detido nesta terça, na 16ª fase da Operação Lava-Jato. Em nota, a Andrade Gutierrez afirmou que está acompanhando a ação da Polícia Federal e ressaltou que “sempre esteve à disposição da Justiça”.