Domingo, 02 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2021
A Rússia planeja lançar o novo produto em setembro.
Foto: DivulgaçãoA Rússia testou uma versão em spray nasal de sua vacina contra covid, a Sputnik V, adequada para crianças de 8 a 12 anos, e planeja lançar o novo produto em setembro, disse neste sábado (12) o cientista que liderou o desenvolvimento do imunizante.
Alexander Gintsburg, que dirige o Instituto Gamaleya, disse que o spray para crianças usa a mesma vacina da Sputnik V injetável mas, “em vez de uma agulha, um bico é colocado” no frasco. As informações são da agência de notícias Tass.
A vacina infantil deve estar pronta para distribuição até 15 de setembro, disse Gintsburg, citado durante uma reunião com o presidente Vladimir Putin.
O grupo de pesquisa responsável testou a vacina em crianças com idades entre 8 e 12 anos e não encontrou efeitos colaterais, incluindo nenhum aumento na temperatura corporal, disse Gintsburg em comentários relatados pela Tass.
“Estamos inoculando nossos pequenos (pacientes) por via nasal, estamos apenas administrando a mesma vacina como um spray nasal”, disse Gintsburg, sem dar mais detalhes sobre o estudo, como quantas crianças estavam envolvidas.
Dose única
A aplicação de apenas a 1ª dose da vacina foi registrada pelo Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em inglês) como Sputnik Light, uma forma de acelerar a imunização sem a necessidade de aplicar duas doses e garantir a efetividade da proteção.
O estudo argentino foi o primeiro realizado fora da Rússia que acompanhou este regime de aplicação de vacinas em um “cenário de mundo real”. Um levantamento anterior apontou 79,4% de efetividade neste formato de aplicação em pacientes russos, de acordo com o fundo.
Funcionamento
A Sputnik V usa dois tipos de adenovírus diferentes, um em cada dose, que devem ser administrados em uma sequência certa.
Esses vírus causam resfriados em humanos e foram modificados em laboratório para carregar as instruções genéticas do novo coronavírus até nossas células.
Isso faz com que elas comecem a produzir uma proteína do Sars-CoV-2, disparando o processo que nos deixa imunizados.
Esses adenovírus também foram alterados pelos cientistas para não serem capazes de se reproduzir. Se fizerem isso, diz a Anvisa, podem fazer mal à saúde, e esse efeito não teria sido investigado.
Mas a agência afirma que só um tipo de adenovírus, o que é usado na segunda dose, teria conseguido se replicar de novo.
A Sputnik Light usa o primeiro tipo, que não teria esse problema — e essa é a principal preocupação da Anvisa com a segurança da vacina russa.