Domingo, 02 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2025
O setor público brasileiro – que reúne União, Estados, municípios e estatais (exceto bancos e a Petrobras) – fechou setembro de 2025 no vermelho. Segundo dados divulgados na sexta-feira (31) pelo Banco Central (BC), as contas tiveram déficit primário de R$ 17,5 bilhões, resultado pior que o de setembro do ano passado, quando o rombo havia sido de R$ 7,3 bilhões.
O déficit primário ocorre quando o governo gasta mais do que arrecada em impostos e contribuições, sem contar o pagamento dos juros da dívida.
No detalhamento:
– Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central): déficit de R$ 14,9 bilhões;
– Estados e municípios: déficit de R$ 3,5 bilhões;
– Estatais: superávit de R$ 1 bilhão.
Nos últimos 12 meses, o déficit acumulado somou R$ 33,2 bilhões, o equivalente a 0,27% do PIB (Produto Interno Bruto), piorando em relação aos 0,19% do PIB registrados até agosto.
Juros da dívida e resultado nominal
Além dos gastos do dia a dia, o governo também precisa arcar com os juros da dívida pública, que somaram R$ 84,7 bilhões em setembro, bem acima dos R$ 46,4 bilhões pagos no mesmo mês de 2024. O aumento foi influenciado pela alta da taxa Selic, pelo maior endividamento e pela piora no resultado das operações de câmbio.
Somando o resultado primário e os juros da dívida, o déficit nominal chegou a R$ 102,2 bilhões em setembro. No acumulado em 12 meses, o rombo alcança R$ 1,018 bilhão, o equivalente a 8,16% do PIB.
Dívida do País
A dívida líquida do setor público, que desconta os ativos do governo, subiu para 64,8% do PIB (R$ 8,1 trilhões), ante 64,2% em agosto. Já a dívida bruta, que considera todo o endividamento sem descontar ativos, atingiu 78,1% do PIB (R$ 9,7 trilhões), também em alta frente ao mês anterior.
O avanço da dívida foi puxado pelos juros, pelas emissões líquidas de títulos e pela valorização do dólar frente ao real. A dívida bruta é o principal indicador acompanhado por investidores para medir se o país está conseguindo controlar suas contas públicas. As informações são do jornal O Globo.