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Mundo A Arábia Saudita quer a pena de morte para cinco ativistas de direitos humanos

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Israa pode ser a primeira mulher ativista condenada à morte no país. (Foto: Reprodução)

O procurador público da Arábia Saudita está buscando uma condenação à pena de morte contra cinco ativistas de direitos humanos atualmente em julgamento em uma corte secreta, afirmaram diversos grupos.

Entre os detidos está Israa Al-Ghomgham, que pode ser a primeira mulher ativista a enfrentar uma possível condenação à morte pela defesa de direitos humanos. As acusações contra ela incluem incitação a protestos e apoio moral a manifestantes.

“Qualquer execução é horrível, mas buscar a pena de morte para ativistas como Israa Al-Ghomgham, que nem sequer é acusada de um comportamento violento, é monstruoso”, afirmou Sarah Leah Whitson, diretora para Oriente Médio da Human Rights Watch, em uma nota nesta quarta-feira (22).

O governo saudita não quis comentar.

A Arábia Saudita, uma monarquia absolutista onde protestos públicos e partidos políticos são banidos, realizou uma série de reformas sociais e econômicas recentemente, sob a direção do príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman.

As reformas, no entanto, foram acompanhadas de um aumento na repressão, com a prisão de dezenas de clérigos, intelectuais e ativistas no ano passado, entre eles mulheres que haviam feito campanha pelo direito a dirigir.

Ghomgham é uma proeminente ativista xiita que documentou manifestações em massa em parte do país a partir de 2011. Ela foi presa em dezembro de 2015, ao lado do marido.

Recentemente, críticas do governo do Canadá à prisão de ativistas pelo reino acabou levando a uma crise diplomática entre os dois países.

A disputa com Ottawa emergiu depois que a ministra do Exterior canadense, Chrystia Freeland, apelou pela libertação de Samar Badawi, uma renomada ativista saudita pelos direitos das mulheres, detida na semana passada, e de seu irmão. A família tem parentes que vivem no Canadá.

Aliados em choque 

Desde a rápida ascensão de Mohammed bin Salman ao posto de príncipe herdeiro do trono da Arábia Saudita, no ano passado, o jovem saudita ganhou a reputação de ser muito enfático em seus esforços para modernizar o reino conservador.

Desde que ele ganhou a posição as autoridades detiveram membros poderosos da família real e lançaram uma forte campanha repressiva contra vozes dissidentes.

Riad também assumiu a liderança de um embargo regional contra o Qatar; teria supostamente detido e forçado a renúncia do primeiro-ministro do Líbano, por algum tempo no ano passado; e entrou em disputa com a Alemanha pelas críticas de Berlim à política externa intervencionista dos sauditas.

Mas a extraordinária disputa entre a Arábia Saudita e o Canadá e a linguagem belicosa que emergiu em Riad esta semana ainda assim causaram choque aos aliados ocidentais do reino e a observadores veteranos da política saudita.

Alguns deles sugerem que isso foi um reflexo da autoconfiança do príncipe Mohammed, 32; outros que o caso representa um desastre de relações públicas em um momento no qual o reino precisa atrair investimentos estrangeiros para ajudar nos ambiciosos planos do príncipe para reformar a nação.

“Os investidores estrangeiros verão o caso como mais uma razão para questionar a estabilidade do processo de formação de políticas e do processo decisório na Arábia Saudita. Qualquer que seja o impacto que isso venha a ter no mundo, certamente será negativo”, disse Charles Hollis, diretor-executivo da consultoria Falanx Assynt, que pesquisa sobre países de mercado emergente.

O sentimento entre os investidores já era negativo por conta da campanha de combate à corrupção do príncipe Mohammed, que resultou na detenção de mais de 300 príncipes, magnatas e funcionários e antigos funcionários do governo sauditas.

A disputa com Ottawa emergiu depois que a ministra do Exterior canadense, Chrystia Freeland, apelou pela libertação de Samar Badawi, uma renomada ativista saudita pelos direitos das mulheres, detida na semana passada, e de seu irmão. A família tem parentes que vivem no Canadá.

Riad, que não havia comentado publicamente sobre a detenção de Badawi, reagiu de modo furioso. Em uma sequência de comunicados, as autoridades e a mídia saudita informaram a expulsão do embaixador canadense, o congelamento de novas transações comerciais e de investimento com o país, a suspensão de um programa de intercâmbio estudantil, e a suspensão dos voos da companhia nacional de aviação saudita para o Canadá.

“A Arábia Saudita sofre críticas internacionais frequentes por seu histórico de direitos humanos e, ao reagir de forma tão exagerada ao Canadá, Riad provavelmente está tentando projetar a mensagem de que no futuro não tolerará críticas”, disse Ha Hellyer, pesquisador sênior do Conselho do Atlântico e do Royal United Services Institute de Londres.

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