Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2018
A caravana gigante de imigrantes da América Central que pretende chegar aos Estados Unidos concordou na noite de quinta-feira (8) em retomar a marcha a pé para o norte depois de passar quase uma semana na Cidade do México à espera de conseguir ônibus para o transporte. As informações são da agência de notícias AFP.
Em uma assembleia realizada em um centro esportivo na capital mexicana, onde o gabinete do prefeito montou um abrigo, os participantes – a maioria homens – votaram para viajar para o estado central de Querétaro, na fronteira com os Estados Unidos.
Segundo a prefeitura, no abrigo estavam mais de 5.500 imigrantes, em sua maioria hondurenhos, que saíram de seu país em 13 de outubro e que já percorreram mais de 1.500 km, grande parte a pé.
Alguns se manifestaram na quinta-feira ante o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) na Cidade do México para exigir que obtivessem para eles 150 ônibus, mas a demanda ficou sem resposta.
Condições perigosas
Os migrantes subiram em veículos, principalmente de carga, em alguns trechos de sua jornada. Depois que um hondurenho morreu ao cair de um dos caminhões no estado de Chiapas, porém, a Polícia Federal que acompanha a caravana resolveu impedir que viajassem nessas condições perigosas.
Na assembleia, também se discutiu a rota que deve ser tomada. A escolhida foi a rota para a fronteira de Tijuana, a 2.800 km da Cidade do México, no extremo noroeste do país. É o caminho mais longo, porém o mais seguro.
Os migrantes que viajam nesta caravana, seguida por mais duas com cerca de 2.000 pessoas cada, estão determinados a chegar aos Estados Unidos, apesar dos avisos do presidente Donald Trump de que serão impedidos de entrar.
Cerca de 4.800 militares americanos foram posicionados na fronteira com o México.
Concessão impedida
O presidente Donald Trump assinou nesta sexta-feira (9) uma ordem que impede a concessão de refúgio para os imigrantes que entrarem ilegalmente nos Estados Unidos. A ordem também suspende por 90 dias a entrada de imigrantes pela fronteira com o México.
“As pessoas podem entrar, mas elas devem chegar pelos postos de entrada”, disse a repórteres antes de embarcar em uma viagem a Paris.
O novo regulamento foi publicado nesta quinta pelo Departamento de Segurança Nacional (DHS) e passa a valer depois da assinatura de Trump.
Segundo a nova diretriz, Trump pode restringir a imigração ilegal “caso considere que isso está em consonância com o interesse nacional”.