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Por Redação O Sul | 12 de junho de 2018
A adolescente de 15 anos, mãe da índia recém-nascida que foi resgatada depois de ser enterrada viva pela família dela, no início do mês, em Canarana, a 838 km de Cuiabá (MT), foi ouvida e manifestou interesse em ficar com a filha, de acordo com a Polícia Civil. As informações são do G1.
Segundo o Ministério Público Estadual, a recém-nascida está sob a tutela do Estado e, somente ao fim do inquérito policial, a Justiça deve decidir se ela volta para a família ou entra para a fila de adoção.
A bebê ficou enterrada por cerca de 6 horas, sobreviveu e foi resgatada por policiais. A bisavó da recém-nascida foi presa em flagrante e, depois de audiência de custódia, teve a prisão preventiva decretada.
Kutsamin Kamayura, de 57 anos, foi ouvida e alegou que a criança não chorou e, por isso, acreditou que estivesse morta. Seguindo o costume da comunidade indígena, ela enterrou o corpo no quintal. A indígena deve ficar presa na sede da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Gaúcha do Norte. A transferência foi autorizada pela Justiça.
A avó da bebê, Tapoalu Kamayura, de 33 anos, também está presa. Segundo as investigações, as duas premeditaram e planejaram enterrar a recém-nascida, uma vez que não aceitavam a criança já que o pai do bebê seria um índio de outra etnia. Um estudo antropológico deve ser realizado para ajudar na resolução do caso.
Resgate
A Polícia Civil estima que a criança ficou enterrada por seis horas – entre as 14h e 20h de terça-feira (5) em uma cova de 50 centímetros de profundidade. Desde a quarta-feira (6), a menina está internada na Santa Casa de Cuiabá.
A bebê encontra-se em estado grave, porém estável, com insuficiência renal aguda. Permanece sob sedação contínua e respira com ajuda de aparelhos.
Em nota enviada ao portal G1, a Funai informou que aguarda a apuração de todos os fatos pelas ‘instâncias responsáveis’ e acompanha o caso por meio das unidades locais e nacional. Afirmou ainda que vai ‘contribuir’, quando solicitada, no âmbito de suas atribuições.