Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2019
A Polícia Civil prendeu três pessoas suspeitas de colocar uma mochila com uma bomba próxima à igreja Santuário Menino Jesus, em Brazlândia, a 48 quilômetros de Brasília, às vésperas do Natal, segundo disse uma fonte que acompanha o caso. Os três fazem parte de um grupo suspeito de divulgar pela internet ameaças de que poderiam promover um ataque contra o presidente Jair Bolsonaro, no dia da posse.
Os três foram presos no dia 31, depois que policiais civis e federais fizeram buscas em sete endereços do grupo em São Paulo, Brasília e Goiás. A PF (Polícia Federal) divulgou nota com a informação sobre as buscas, mas não mencionou as prisões, que ficaram a cargo da Polícia Civil.
A Polícia Civil investiga a relação entre os três e a bomba deixada perto do santuário. A bomba foi localizada e desativada por policiais militares. Logo depois, integrantes do grupo chamado Maldição Ancestral assumiram, na internet, a responsabilidade pela bomba. A intenção declarada seria explodir e matar fiéis que iriam à missa na igreja no Natal. “O santuário é o segundo maior templo católico do País. No local, que estava lotado de cristãos miseráveis, era celebrada uma missa de véspera de Natal, e esperávamos provocar um grande massacre durante a saída dos fiéis da igreja”, diz um comunicado do suposto grupo.
Numa outra frente, a Polícia Federal abriu inquérito para para investigar se o grupo fez ameaça e tinha mesmo planos de atacar Bolsonaro no dia da posse. As investigações estão sendo conduzidas pela área de inteligência da polícia. Numa página mantida na internet, o grupo diz que em primeiro de janeiro haveria “aqui em Brasília a posse presidencial, e estamos em Brasília e temos armas e mais explosivos estocados”. Num outro trecho, o grupo insinua o desejo de ataque. “Se a facada não foi suficiente para matar Bolsonaro, talvez ele venha a ter mais surpresas em algum outro momento, já que não somos os únicos a querer a sua cabeça”, diz o texto.
Num outro texto, o grupo se diz alinhado com duas facções criminosas, uma de São Paulo e outra do Rio de Janeiro. Segundo o texto, as duas facções querem Bolsonaro morto e “podem recorrer a métodos terroristas para isso”. Um site do grupo apresenta a segunda edição da revista eletrônica “Anhangá – Em Guerra Contra a Civilização e o Progresso Humano Desde o Sul”. O editor diz que a publicação está “transbordando de valiosos conteúdos” sobre o “eco-extremismo”. Seriam 47 textos “que servem para alimentar as ânsias dos individualistas extremistas e contribuir com a prática terrorística na guerra contra o progresso humano”.
A Polícia Federal vê traços de insanidade mental nas declarações do grupo, mas diz que não pode descartar nenhum tipo de ameaça. Segundo a polícia, são pessoas com algum tipo de desvio que, de fato, estariam mais propensas a ataques. Em seis de setembro passado Bolsonaro foi esfaqueado durante uma caminhada em Juiz de Fora (MG). O autor do atentato, Adélio Bispo Oliveira, sofre de problemas mentais, segundo alegam os advogados dele.