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Brasil A proporção de eleitores adolescentes no Brasil aumentou pela primeira vez desde 2006

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O interesse de adolescentes por votar pela primeira vez tem relação com a forte presença de jovens em redes sociais. (Foto: Freepik)

Neste ano, a proporção de adolescentes de 16 e 17 anos que tiraram título de eleitor para votar  teve a primeira alta desde 2006. Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 29,5% desta faixa etária está alistada para votar em outubro. Isso corresponde a 250 mil novos eleitores.

Em 2014, na eleição que reelegeu a petista Dilma Rousseff, essa porcentagem era de 23,9%, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo. Ir às urnas não é obrigatório para analfabetos, menores de idade com mais de 16 anos e idosos acima dos 70.

“Pelo rumo que a política tomou, eu decidi que precisava fazer alguma coisa e tirei meu título”, declarou a estudante Milena Charatz, de 17 anos. A solicitação em ano eleitoral deve ocorrer até 151 dias antes do pleito – data que, neste ano, se encerrou em 9 de maio. Em ano sem votação, o alistamento pode ser feito em qualquer dia em um cartório eleitoral.

“Tirar o título foi uma iniciativa minha. Não quero deixar as pessoas serem eleitas sem a minha participação”, afirmou Milena. Segundo a estudante, suas ideias e percepções sobre política são formadas a partir de assuntos que ela lê ou assiste na imprensa, principalmente online. A jovem eleitora indicou que ainda não decidiu seu voto.

A estudante Vitória Oliveira também está indecisa. Aos 17 anos, assim como Milena, vai votar pela primeira vez por vontade própria no dia 7 de outubro. Neste ano, preocupada com o que diz ser “uma crise muito grande no Brasil”, resolveu tirar seu título para “ajudar a mudar a situação”. Para Vitória, a melhor maneira de se informar sobre seus candidatos é vasculhando sites e redes sociais oficiais dos políticos. “E também um pouco na imprensa, mas não tanto porque ela acaba manipulando muito”, disse.

Presença nas redes

O interesse de adolescentes por votar pela primeira vez, segundo especialistas ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulo, tem relação com a forte presença de jovens em redes sociais, ambiente em que candidatos divulgam suas propostas, repercutem notícias e até fazem pronunciamentos em tempo real – as chamadas “lives”.

Outra questão apontada é a identificação de jovens com temas de cunho social. “Para o senso comum, vivemos um período de descrença política, mas vemos engajamento dos jovens em coletivos, não em partidos, identificados com temas como feminismo, questões LGBT e ambiental, por exemplo”, informou Marco Teixeira, professor e pesquisador do Departamento de Gestão Pública da FGV.

“Temos uma grande onda global pelos direitos da mulher que pega principalmente jovens, como o caso do aborto na Argentina e o caso Marielle”, completou Teixeira.

Segundo Álvaro Maimoni, consultor político e advogado da Hold Assessoria Legislativa, também pesa sobre os adolescentes a intensificação do debate político após o impeachment de Dilma, em 2016. “Movimentos como o Vem Pra Rua e o MBL, por exemplo, não existiam de uma forma tão ampla e tão aberta como agora. E eles souberam utilizar as redes sociais como ninguém nunca fez”, afirmou Maimoni, sobre os coletivos que surgiram na esteira dos protestos de junho de 2013. Para ele, jovens que hoje estão na faixa dos 16 anos cresceram com o noticiário envolto em corrupção em órgãos públicos.

“Sempre escutaram coisas como ‘nós temos que acabar com a corrupção’ e compraram essa ideia”, diz. A jovem Oliveira, entretanto, não vê interesse dos políticos por essa faixa de eleitores. “Eles não esperam que os jovens votem. Se parar para ver, eles não fazem planos diretamente para os jovens”, declarou Maimoni.

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https://www.osul.com.br/a-proporcao-de-adolescentes-eleitores-no-pais-aumenta-pela-primeira-vez-desde-2006/ A proporção de eleitores adolescentes no Brasil aumentou pela primeira vez desde 2006 2018-07-28
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