Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de junho de 2015
A agência de classificação de risco Moody’s colocou em revisão para rebaixamento as notas de crédito nacionais e globais das construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez, que tiveram seus principais executivos detidos, sexta-feira, na 14ª fase da Operação Lava-Jato.
As notas atuais da Odebrecht são Baa3 (escala global) e Aa1.br (escala nacional). Da Andrade Gutierrez, Ba2 para as escalas nacional e internacional.
Possível rebaixamento.
Tanto no caso da Odebrecht quanto da Andrade Gutierrez, a agência afirmou que a revisão foi motivada pela percepção “de aumento de risco de crédito” das empresas após os mandados de busca e apreensão emitidos e “das prisões preventivas e temporárias de alguns de seus executivos”.
De acordo com a agência, embora as investigações ainda estejam em andamento e eventuais sentenças ou penalidades ainda não tenham sido determinadas, “esses eventos podem afetar negativamente a execução das estratégias de crescimento da empresa no curto prazo e pressionar ainda mais os já desafiadores fundamentos da indústria de engenharia e construção no Brasil”.
No caso da Odebrecth, se as questões forem esclarecidas e a companhia recuperar seu perfil de liquidez, os ratings podem ser confirmados nos níveis atuais, diz a Moody’s. “Por outro lado, os ratings para OEC podem ser rebaixados se a Moody´s perceber aumento dos riscos oriundos dessas investigações”, publicou em nota.
Esses riscos se referem à redução da liquidez para cumprir com o serviço das dívidas ou redução significativa no seu portfólio de projetos que resultaria prospectivamente em maior alavancagem e perfil de negócios enfraquecido, diz a agência.
Quanto a Andrade Gutierrez, o relatório afirma que a revisão da nota vai considerar que a empresa atualmente tem operações em mais de 20 países e liquidez suficiente para cobrir todas as suas dívidas e garantias, que mitigam parcialmente as implicações negativas do negócio no curto prazo.
Os ratings da empresa podem ser rebaixados de seus níveis atuais, afirma a Moody’s, se houver a percepção de um risco maior dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, como perda de liquidez para cumprir com o pagamento de dívidas ou uma redução significativa de suas reservas”. (AG)