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Por Redação O Sul | 10 de janeiro de 2019
Após seis anos consecutivos de queda, em 2018 a produção de motocicletas no Brasil voltou a crescer, a um ritmo de 17,4%, conforme um balanço divulgado nessa quinta-feira pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).
O aumento levou à fabricação de um total de 1,03 milhão de unidades, praticamente a metade do recorde alcançado em 2011, quando 2,1 milhões de motos saíram das fábricas.
A volta do crescimento da produção, segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, é reflexo da retomada da confiança por parte do consumidor, da recuperação econômica e do aumento da oferta de crédito, além do número significativo de lançamentos de novos modelos pelas fabricantes de motocicletas.
Também pesou no resultado positivo a maior facilidade na aprovação de financiamentos e expansão dos consórcios, que normalmente são os maiores gargalos das vendas de motocicletas. Outro fator que ajudou a interromper o ciclo de baixa foi a queda da inadimplência.
Com isso, houve uma maior oferta de crédito aumentando a aprovação do crédito para financiamentos de motocicletas, principalmente, de baixa cilindrada, que representam a maior fatia deste mercado. A participação dos consórcios também foi decisiva, representando mais de 30% dos créditos concedidos no segmento.
Com uma conjuntura econômica mais favorável, as vendas no varejo cresceram 10,5% em 2018, para 940,1 mil unidades. Por outro lado, a exportação caiu 16,8%, para 68 mil unidades, em razão da redução da demanda na Argentina, principal destino das motos exportadas pelo Brasil.
Campeãs de venda
1º) Honda CG 160 – 253.244 unidades;
2º) Honda Biz – 134.209 unidades;
3º) Honda NXR160 – 121.485 unidades;
4º) Honda Pop 110 – 82.839 unidades;
5º) Honda Pcx 150 – 30.479 unidades;
6º) Honda CB 250F Twister – 30.238 unidades;
7º) Honda CG 125 – 28.401 unidades;
8º) Yamaha YBR 150 – 24.422 unidades;
9º) Honda XRE 300 – 23.816 unidades;
10º) Yamaha XTZ 150 – 20.876 unidades.
Queda na exportação
O fim de 2018 também confirmou outra projeção da Abraciclo, desta vez negativa: as exportações de motos caíram 16,8% na comparação com 2017, totalizando pouco mais de 68 mil unidades. O recuo, segundo a entidade, está diretamente ligado à redução da demanda da Argentina, destino de quase 70% das motocicletas fabricadas no Polo Industrial de Manaus (AM) para o mercado externo.
De acordo com dados do então Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, em 2018 a Argentina ficou com 69,6% de todo o volume de motocicletas exportadas pelo Brasil, seguida pelos Estados Unidos (9,1%) e pela Colômbia (7,6%).
Para este ano, a Abraciclo projeta nova e mais acentuada queda no volume de exportação de motos pelo Brasil. A entidade calcula queda de 28% nas vendas externas do setor.