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Colunistas As chuvas de verão

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O verão vem aí. Antes veio a chuva. Com ela, os alertas para o risco da água parada. Um mosquito pra lá de esperto adora pratinhos de plantas, piscinas abandonadas, pneus soltos, lixo jogado em ruas da cidade. Lá, o Aedes aegypti promove a festa. Cresce, se multiplica e faz estragos. A picada do inseto transmite a dengue.

Ops! A vítima sofre. Sente tantas dores nos músculos e articulações que não tem saída. Caminha requebrando. O quadril pra lá e pra cá lembra os caprichos da denguice. Os espanhóis não deixaram por menos. Chamaram a enfermidade de dengue. Nós os seguimos.

Outra dengue

Há dengues e dengues. Um é faceirice, feitiço, requebro. Criança mimada é cheia de dengues. Dengosa que só. Outro é a enfermidade.

Olho vivo! A doença é feminina. O dengo, masculino: A dengue preocupa o governo na época da chuva. O dengue é a marca de crianças mimadas. E de marmanjos também.

Manha técnica

Olho vivo, moçada. Nomes científicos têm duas manhas. Uma: escrevem-se em itálico (a letra deitadinha). A outra: o primeiro elemento tem inicial maiúscula; o segundo, minúscula:Aedes aegypti (mosquito transmissor da dengue), Rhea americana (ema), Coffea arábica (café).

Sem posição

Aiiiiiiiiii! Que dor! A pessoa com dengue não consegue nem ficar de pé. Ou em pé? Tanto faz. Com uma ou outra preposição, o sentido se mantém: Come em pé. Come de pé. Viajei em pé. Viajei de pé. Esperamos em pé. Esperamos de pé. Trabalhava em pé. Trabalhava de pé.

Carona

Quem está com dengue sofre demais. Certo? Certo. Mas vale pegar carona pra levantar uma questão e lembrar uma liçãozinha de português. Às vezes demais se escreve junto. Outra vezes, separado (de mais). Como acertar sempre?

Demais se usa:

a) no sentido de muito, excessivamente: Comeu demais.

b) na acepção de ademais, além disso: Na viagem, esteve em museus, foi ao teatro, visitou amigos, fez compras. Demais, proferiu duas conferências.

c) como pronome indefinido, com o valor de os restantes: Cinco dos presentes levantaram-se. Os demais permaneceram sentados.

De mais se opõe a de menos: Recebi troco de mais, não de menos. No Brail, há processos de mais e juízes de menos. Até aí, nada de mais.

Leitor pergunta

Ouço, com indesejada frequência, a locução de menor. Nos meus tempos de escola (e lá se vão muitas décadas), aprendi que se trata de erro. Como as coisas mudam, gostaria de saber se a orientação ainda vale ou se perdeu na poeira do tempo. (Carlos Mariano, BH)

A lição continua atual. Não use de menor nem sob tortura. A forma é menor de idade. O contrário? Maior de idade.

***

Dá ou dar? Está ou estar? Essa dúvida me acompanha desde os primeiros anos de escola. Pode me ajudar? (Bento Garcia, Brasília)

Dar tem dois empregos:

1. em locução (acompanhado de outro verbo): Maria parece dar atenção ao filho. A diretora pode dar o papel ao colega. A mãe vai dar um presente ao pequeno João.

2. nas orações reduzidas de infinitivo. Aí, vem antecedido de preposição: Trabalha para dar conforto à família. Gosta de dar esmola aos pobres. Perdeu o emprego por não darresposta aos pacientes.

Dá é a 3a pessoa do singular do presente do indicativo (eu dou, ele dá, nós damos, eles dão): Paulo dá bom exemplo aos filhos. Quem dá aos pobres empresta a Deus. Água mole em pedra dura tanto dá até que fura.

Atenção

O mesmo vale para estar e está: O delegado parece estar satisfeito. Ele pode estar em casa. Maria deve estar aí às 8h. Edilene está feliz. Brasília está localizada no centro-oeste do Brasil.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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