Colunistas Associação critica uso pela PGR de material sem perícia
Por Redação O Sul | 22 de maio de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A APCF ( Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais) emitiu uma nota que denuncia a irresponsabilidade do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e do ministro do STF, Edson Fachin, em levar ao Supremo uma gravação não periciada, e na aceitação desse material pela Corte, que só resolveu conferir sua autenticidade depois de queixa formal do presidente Michel Temer, que se declara vítima dos empresários do Grupo JBS, que já deixaram o País. Na nota oficial, a APCF recomenda o envio imediato do áudio e do equipamento gravado ao Instituto Nacional de Criminalística, órgão central de perícia criminal da Polícia Federal, de reconhecida idoneidade e imparcialidade.
Em meio à crise, governo tenta retomar votações na Câmara
O presidente Michel Temer, e seu núcleo político mais próximo, integrado pelo secretário-geral da Presidência, Moreira Franco, e o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, estão apostando esta semana que a retomada da pauta de votações de medidas importantes na Câmara dos Deputados, poderá dar uma aparência de retorno da normalidade ao ambiente político de Brasília. Padilha teve de voltar às pressas de Porto Alegre na tarde de sábado, depois que o presidente convocou-o para articular a agenda a partir desta segunda-feira. O ponto alto será a sessão de quarta-feira do STF, quando deve entrar em pauta o pedido de suspensão do inquérito que investiga o presidente da República.
Gravação adulterada?
O presidente Michel Temer conseguiu uma vitória parcial ao conseguir que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, aceite o pedido da sua defesa e determine que seja realizada uma perícia para averiguar a autenticidade das gravações entregues pelo empresário Joesley Batista, da JBS, em sua delação premiada. O relator da Operação Lava-Jato, no entanto, preferiu não decidir sozinho outro pedido dos advogados do presidente e vai submeter ao plenário, na sessão da próxima quarta-feira, o pedido de suspensão do inquérito, aberto com autorização dele na semana passada.
Procuradoria não periciou gravação
Um fato inusitado em matéria dessa grandeza: a Procuradoria não periciou a gravação antes de formular a denúncia. Procuradores que participaram das negociações da delação premiada de Joesley Batista e dos demais colaboradores do grupo JBS informaram sábado à Broadcast, em caráter reservado, que a gravação da conversa entre Joesley Batista e Michel Temer no Palácio do Jaburu, em março deste ano, não foi periciada antes de ser usada como uma das provas para o pedido de abertura de inquérito contra o presidente. Perícia realizada nos arquivos de áudio a pedido do jornal “Folha de S.Paulo” apontou indícios de 50 cortes ou edição na conversa.
Onyx Lorenzoni e a propina
A notícia marcante do final de semana foi a admissão pelo deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM) de que efetivamente aceitou receber propina da JBS através de caixa dois. Foi a segunda vez em que o deputado gaúcho teve seu nome citado como beneficiário de dinheiro oriundo de propina. A primeira vez foi na delação da Odebrecht, quando Onyx negou com veemência e prometeu renunciar ao mandato, caso fosse comprovado ter recebido algum dinheiro oriundo de propina.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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