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Por Redação O Sul | 10 de abril de 2019
Na tentativa de arrefecer a crise com o Poder Legislativo, o presidente Jair Bolsonaro fez nesta terça-feira (09) deferências ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chamando-lhe, inclusive, de “irmão”.
Os dois se encontraram pela primeira vez desde que iniciaram, no final do mês passado, um embate público com troca de provocações. O encontro ocorreu na abertura da Marcha em Defesa dos Municípios, em Brasília. No palco, ambos ficaram separados por apenas uma cadeira. Apesar da proximidade, não engataram conversa, embora tenham trocado elogios durante os discursos públicos e, ao final, posado abraçados para fotografias.
O primeiro a fazer um aceno foi Maia. Em sua fala, disse ser um prazer estar em um mesmo evento que Bolsonaro e fez um apelo aos prefeitos para que apoiem a reforma previdenciária. “Presidente Bolsonaro, um prazer estar com vossa excelência no evento de prefeitos”, declarou. Segundo ele, caso o Poder Legislativo não aprove modificações no atual regime de aposentadorias, a classe política não conseguirá “sair na rua nunca mais”.
“A reforma da Previdência vem organizar. Se nada for feito em relação a ela, nenhum de nós, políticos, vai conseguir sair na rua nunca mais”, afirmou. Na sequência, foi a vez de Bolsonaro corresponder ao gesto. Ele citou três vezes Maia em seu discurso. Em uma delas, disse ser um prazer estar com ele e o chamou de “irmão”.
“Prezado irmão Rodrigo Maia, é um prazer estar entre vocês”, afirmou, referindo-se também ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), com quem conversou a maior parte do evento. “Como disse Maia, não gostaríamos de ter de fazer a reforma previdenciária, mas somos obrigados a fazê-la”, disse Bolsonaro.
Nas últimas semanas, o DEM vem tentando viabilizar um encontro entre ambos, mas Maia ainda resiste neste primeiro momento. O partido, que detém três pastas ministeriais, discute aderir a uma futura base aliada.
Em um evento na segunda-feira (08), Maia disse que desistiu de participar da articulação da reforma previdenciária porque foi mal compreendido. “Não vou ser mulher de malandro e ficar apanhando da base eleitoral do presidente”, afirmou.
Amazônia
No evento desta terça, Bolsonaro defendeu que a floresta amazônica seja explorada “racionalmente”. Ele não explicou, no entanto, de que maneira avalia que ela poderia ser aproveitada economicamente.
“Eu quero, se depender de mim, mas passa obviamente pelo Parlamento brasileiro, explorar racionalmente a Amazônia. Se qualquer um desses países pelo mundo tivesse 10% da riqueza da Amazônia, eles não se preocupariam com o futuro de seus povos, porque já estaria garantido”, disse.
O presidente também declarou que pretende aproximar as comunidades indígenas do restante da população. Segundo ele, o Poder Público não pode criar barreiras na relação entre os brasileiros.