Domingo, 05 de maio de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Conheça a clínica nos Estados Unidos onde os milionários “desconectam” os filhos viciados em celulares e internet

Compartilhe esta notícia:

Com diárias de R$ 5,4 mil, mansão tem vista para um dos principais cartões postais de San Francisco. (Foto: Reprodução)

A maioria dos brasileiros precisaria se endividar bastante para comprar um iPhone X, vendido no País por quase R$ 8 mil. Nos Estados Unidos, no entanto, há quem pague mais de R$ 300 mil (ou 40 iPhones novos) só para conseguir manter os filhos longe do aparelho.

Nos últimos cinco anos, com o crescimento do acesso a internet pelo celular, dezenas de clínicas de reabilitação surgiram nos arredores de megaempresas como Facebook, Twitter, Apple e Google no Vale do Silício, oferecendo tratamentos específicos para jovens que passam até 20 horas diárias encarando telas de cristal líquido.

É o caso da Paradigm, uma mansão cercada por jardins e câmeras de segurança no ponto mais alto de uma colina em San Francisco, de frente para a ponte Golden Gate, principal cartão postal da região.

Como acontece nos bairros californianos mais exclusivos, onde moram estrelas do cinema e altos executivos de empresas de tecnologia, não há calçadas na estrada que leva até a clínica, que abriga crianças e adolescentes entre 12 e 18 anos, internados pelos pais para abandonarem o vício pela internet.

Sem placas de identificação e acessível só de carro, a Paradigm hospeda apenas oito jovens simultaneamente, em internações compulsórias que duram em média 45 dias, podendo chegar a 60, dependendo do grau de dependência e de fatores associados, como depressão, ansiedade e agressividade.

O valor da diária impressiona tanto quanto os salões luxuosos e a banheira de hidromassagem com vista para o sol nascente na baía: US$ 1.633 dólares (R$ 5,4 mil) por noite.

Dentro do casarão, celulares, laptops e tablets são proibidos e o acesso a computadores é limitado a aulas de reforço escolar, nas quais o acesso a redes sociais, aplicativos de mensagens instantâneas e pornografia é bloqueado – e qualquer tentativa é acompanhada de perto por professores e psicólogos.

Com hora certa para acordar, estudar, fazer refeições e participar de uma bateria de terapias coletivas e individuais, a promessa da clínica é “reprogramar” os jovens para que eles possam reconstruir sua relação com a tecnologia e se reaproximar de familiares, estudos, amigos e tarefas “offline”.

“Nós os desconectamos. Essa é a regra”, resume Danielle Kovac, diretora da clínica, à BBC Brasil.

“Eu diria que é um período de ajuste para as crianças. O mais bacana é ouvir muitas dizendo no final do tratamento: ‘Obrigado, obrigado por não permitir que eu ficasse com meu telefone ou em redes sociais em um computador, eu fui capaz de realmente me concentrar em mim’.”

Sintomas e controvérsias

Citado pela primeira vez por um psiquiatra de Nova York durante os primórdios da rede, em 1995, o vício em internet não é uma doença oficialmente reconhecida nos Estados Unidos. Psicólogos e psiquiatras americanos se dividem: para alguns, o vício seria apenas um sintoma de outras síndromes, como paranoia e depressão, e não a causa delas. Para outros, ele seguiria características idênticas às de outras dependências já reconhecidas, como álcool e drogas.

Mas países como Austrália, China, Itália e Japão reconhecem oficialmente o problema – na Coreia do Sul, por exemplo, a dependência pela internet foi classificada como “problema de saúde pública” e é tratada em hospitais públicos. No Brasil, o Sistema Único de Saúde oferece tratamento integral e gratuito para transtornos como depressão e vícios em álcool e outras drogas, mas não tem serviços específicos sobre questões mentais ligadas à tecnologia.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Câmara dos Deputados aprova texto que prevê 30 anos de prisão para terrorista
Funcionária da Odebrecht chega ao Paraná e faz exame no IML após prisão
https://www.osul.com.br/clinica-nos-estados-unidos-onde-os-milionarios-desconectam-os-filhos-viciados-em-celulares-e-internet/ Conheça a clínica nos Estados Unidos onde os milionários “desconectam” os filhos viciados em celulares e internet 2018-02-16
Deixe seu comentário
Pode te interessar