Mundo Coreia do Norte diz que guerra nuclear pode começar a qualquer momento
Por Redação O Sul | 17 de outubro de 2017
O embaixador-adjunto da Coreia do Norte nas Nações Unidas, Kim In Ryong, disse na segunda-feira (16) que a situação na península coreana atingiu um ponto em que “uma guerra nuclear pode começar a qualquer momento”.
Ele declarou ao comitê de desarmamento da Assembléia Geral da ONU que a Coreia do Norte é o único país do mundo que foi submetido a “uma ameaça nuclear tão extrema e direta” dos Estados Unidos desde a década de 1970 e disse que o país tem direito de possuir armas nucleares para defesa própria.
Ele apontou a existência de exercícios militares anuais em larga escala usando “ativos nucleares” e disse que o mais perigoso é o que chamou de um plano americano para organizar uma “operação secreta destinada a remover nossa liderança suprema”.
Neste ano, conforme Kim, a Coreia do Norte completou sua “força nuclear do estado e, por isso, tornou-se a potência nuclear plena que possui os meios de ataque de diferentes alcances, incluindo a bomba atômica, a bomba H e os foguetes balísticos intercontinentais”. O discurso do norte-coreano ocorre após ameaças crescentes entre o seu país e os Estados Unidos, além de sanções da ONU cada vez mais duras.
Sanções
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse na segunda-feira que seu país está restringindo os laços econômicos, científicos e outros com a Coreia do Norte, de acordo com as sanções da ONU, e a União Europeia anunciou novas sanções contra Pyongyang pelo desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos.
O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, disse no domingo que os esforços diplomáticos destinados a resolver a crise norte-coreana “continuarão até a primeira bomba cair”. Seu compromisso com a diplomacia veio apesar dos tuítes do presidente Donald Trump dizendo que seu enviado-chefe para o tema estava “desperdiçando seu tempo” tentando negociar com o líder norte-coreano Kim Jong-un, a quem ele se refere como “homenzinho do foguete”.
O embaixador-adjunto da Coreia do Norte na ONU chamou o arsenal nuclear e de mísseis de seu país de “um ativo estratégico precioso que não pode ser revertido ou trocado por nada”. “A menos que a política hostil e a ameaça nuclear dos Estados Unidos sejam completamente erradicadas, nunca colocaremos nossas armas nucleares e foguetes balísticos na mesa de negociação, sob nenhuma circunstância”, disse Kim.
O embaixador afirmou ao comitê de desarmamento que a República Popular Democrática da Coreia – nome oficial da Coreia do Norte – esperava um mundo sem armas nucleares. Mas ressaltou que todos os Estados nucleares estão acelerando a modernização de suas armas e “revivendo uma corrida armamentista nuclear que lembra a era da Guerra Fria”. “A Coreia do Norte apoia consistentemente a eliminação total das armas nucleares e os esforços para a desnuclearização do mundo inteiro”, declarou Kim.
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