Brasil Crescimento do PIB do Brasil parece indicar retomada, que pode ser marcada por altos e baixos
Por Redação O Sul | 3 de junho de 2017
A economia brasileira respirou no primeiro trimestre, mas ainda não está claro se isso significa o fim da recessão. A recuperação registrada no começo deste ano ficou concentrada em poucos segmentos e sujeita a reveses. Depois de registrar, entre janeiro e março, a primeira expansão após um longo período recessivo, o PIB (Produto Interno Bruto) corre o risco de contrair novamente entre abril e junho.
As projeções de analistas que apontam nessa direção se baseiam em dados já disponíveis para os últimos dois meses. O efeito da safra agrícola recorde ficou concentrado no início do ano. Mesmo que continue positiva, a contribuição da agricultura para o PIB deverá ser reduzida gradualmente. A retomada da indústria está longe de ter se firmado.
O setor tem intercalado resultados positivos com contrações. O último dado disponível, para março, foi uma queda de 1,8% da produção industrial em relação a fevereiro, descontados efeitos sazonais.
Houve queda, nessa base de comparação, nos três principais segmentos do setor: bens de capital, de consumo e intermediários. Mas há indicadores que mostram que o pior pode ter ficado para trás. O índice de gerente de compras (PMI), divulgado pela consultoria IHS Markit, aponta uma aceleração da produção em maio, para seu melhor patamar em mais de quatro anos.
Por se basear em entrevistas de executivos sobre a atividade corrente do setor, o PMI é considerado um bom termômetro da indústria no presente. Os índices de confiança de consumidores e empresários de diferentes setores também mostram que há uma percepção de melhora da economia.
Essa tendência é considerada importante porque pode abrir espaço para um aumento tanto do consumo quanto do investimento. O problema é que pairam dúvidas sobre a sustentabilidade da melhora da confiança no contexto atual de agravamento da crise política.
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