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Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2016
Cuba e UE (União Europeia) assinaram nesta segunda-feira (12) seu primeiro acordo da história para marcar uma aproximação entre ambos. O documento marca uma nova era de relações diplomáticas, apesar de suas divergências no âmbito dos direitos humanos, um mês antes da chegada de Donald Trump à Casa Branca.
Esse é o maior avanço diplomático entre o país e o bloco desde que a União Europeia removeu sanções à ilha em 2008.
“Hoje em dia reconhecemos que há mudança em Cuba e queremos acompanhar esta mudança econômica e social”, disse a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, momentos antes da assinatura do acordo em Bruxelas com o ministro de Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, e os 28 chanceleres europeus.
Com a assinatura deste pacto, a União Europeia colocou fim à chamada Posição Comum de 1996, que Cuba classificou de “ingerente” e “discriminatória”. Ela vinculava a cooperação europeia a “melhorias dos direitos humanos”, ao mesmo tempo em que buscava “favorecer um processo de transição para uma democracia pluralista”.
A situação dos direitos humanos e das liberdades políticas na ilha caribenha foi um dos principais obstáculos ao longo das sete rodadas de negociações, mas os representantes decidiram abordá-la em um diálogo separado para abrir caminho em direção ao pacto.
Já foram realizados dois encontros para tratar dos direitos humanos. “Falamos de tudo amistosamente em um enfoque construtivo e penso que esta é a maneira de proceder”, afirmou Mogherini.
O acordo, negociado desde abril de 2004, formará a plataforma legal para a aproximação entre Bruxelas e Havana. Ele estabelece a intenção de “iniciar um diálogo com o objetivo de fortalecer os direitos humanos e a democracia” e o reforço das relações “com base no respeito mútuo e na soberania”. (Folhapress)