Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 26 de abril de 2016
O FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, pagou cerca de 4 milhões de reais para que um grupo de hackers profissionais ajudasse o órgão a desbloquear o iPhone utilizado pelo autor do tiroteio em San Bernardino, na Califórnia (EUA), em dezembro do ano passado, e que resultou na morte de 14 pessoas.
Valor estimado através de remuneração do diretor do FBI.
Ao ser questionado por jornalistas em uma conferência , o diretor do FBI, James Comey, evitou revelar o valor exato que foi pago aos piratas cibernéticos, mas indicou que a quantia é superior ao que ele ganhará durante todo o tempo que lhe resta no cargo. “O valor foi alto. Mais do que eu ganharei no período que me resta neste trabalho, que são sete anos e quatro meses”, respondeu Comey ao ser perguntado sobre quanto foi pago pela tecnologia que permitiu o desbloqueio do iPhone.
O salário do diretor do FBI é público e chega a 181.500 dólares anuais, por isso o total que Comey tem para receber de hoje até o dia em que deixará o cargo é de aproximadamente 1,331 milhão de dólares. Segundo as palavras do diretor, pode-se inferir que o grupo de hackers recebeu um valor superior a essa quantia.
Ajuda de hackers.
No dia 12 de abril, foi divulgado que o FBI contatou os hackers, que encontraram uma falha de software até então desconhecida e proporcionaram essa informação aos agentes para que eles pudessem criar um hardware que os permitisse ter acesso ao telefone.
Com isso, os investigadores puderam burlar a senha pessoal de quatro dígitos sem ativar um mecanismo de segurança usado pela Apple, que apagaria todo o conteúdo do telefone caso se introduzisse a senha incorreta mais de dez vezes.
Assim, o FBI conseguiu ter acesso ao telefone de Rizwan Farook, o responsável, ao lado de sua esposa, Tashfeen Malik, pela morte de 14 pessoas em dezembro, na Califórnia, após um longo litígio legal com a Apple, que se recusou a colaborar com os agentes.
A companhia alegou que, se acatasse aos pedidos do governo, colocaria em risco a privacidade de todos os seus dispositivos. (AG)