Sábado, 27 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Música “Fizemos a música mais emblemática da minha carreira”, diz Fagner sobre “Mucuripe”

Compartilhe esta notícia:

"Éramos parceiros muito fiéis no começo da carreira", disse Fagner (E). (Foto: Reprodução)

Um homem de nível cultural muito elevado, que sabia a Bíblia toda e latim, além de poeta e enigmático. São algumas lembranças e depoimentos de amigos e parceiros cearenses de Belchior, cantor e compositor que morreu aos 70 anos na noite de sábado, em Santa Cruz, no Rio Grande do Sul. Foi no Bar do Anísio, ponto de encontro de artistas em Fortaleza, que Belchior um dia puxou Fagner e lhe apresentou “Mucuripe”.

“Estava ali naquela boemia quando ele me chamou num canto. Não éramos parceiros ainda. E Belchior me apresentou essa letra. No outro dia eu botei a música e, de noite, apresentei ali para um grupo de dez pessoas. Quando me toquei que as pessoas ficaram assustadas eu percebi que ela era especial”, afirmou Fagner, ainda surpreso com a notícia. A música, gravada por Elis Regina e Roberto Carlos, é um clássico do cancioneiro cearense.

“Belchior foi um dos meus primeiros parceiros. Tivemos a oportunidade de fazer a música mais emblemática da minha carreira”, declarou Fagner. A relação, porém, não foi muito adiante. “Belchior era enigmático. Quando saí do Ceará não demos continuidade às parcerias. Foi um amigo de geração.”

Alceu Valença deu seu depoimento sobre Belchior no Facebook. O músico pernambucano disse que conheceu o compositor cearense em 1970, quando os dois participaram de um mesmo festival. “Conheci Belchior por volta de 1970, quando ele concorreu no mesmo festival em que Geraldo Azevedo e eu também disputávamos um lugar ao sol”, escreve Alceu. “Ele havia recentemente vindo do Ceará e sua música era “Hora do Almoço”, um clássico.

“Belchior era um filósofo, possuía uma erudição impressionante. A última vez que nos vimos foi num 14 de julho em Paris. Brindamos juntos a Queda da Bastilha! Há poucos anos, eu estava em Porto Alegre quando soube pela imprensa local que ele havia aparecido na cidade. Mas já era a fase do mistério e não nos encontramos. Foi um dos grandes poetas da música brasileira.”

Colega de escola e universidade e também parceiro musical, o conterrâneo Fausto Nilo estava bastante emocionado. “É muito difícil falar. Durante todo esse tempo ele nunca deixou de me procurar, com exceção desse momento final que ele desapareceu. Sempre aparecia na minha casa, a gente ria muito e também conversava coisas complexas. Era uma pessoa com alguns aspectos culturais muito elevados de conhecimento e que tinha uma certa dose cínica do bem”.

“Aquelas letras me deixavam totalmente desorientado”, disse Nilo, que aponta “Mucuripe” e “Como Nossos Pais” entre as canções mais marcantes de sua obra. “É um companheiro que se foi, mas deixa uma obra perfeita.” (AG)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Música

Ceará decreta luto por morte de Belchior
Show do cantor Wesley Safadão termina com dez feridos em Pernambuco
https://www.osul.com.br/fizemos-musica-mais-emblematica-da-minha-carreira-diz-fagner-sobre-mucuripe/ “Fizemos a música mais emblemática da minha carreira”, diz Fagner sobre “Mucuripe” 2017-04-30
Deixe seu comentário
Pode te interessar