Brasil A indústria automobilística elevou as previsões de crescimento de produção em 2017 de 11,9% para 21,5%
Por Redação O Sul | 8 de julho de 2017
Embalada, sobretudo, pelo avanço das vendas no mercado externo, a indústria automobilística elevou previsões de crescimento de produção em 2017 de 11,9% para 21,5%. Mas as perspectivas no mercado interno também são otimistas já que a média diária de licenciamentos aumentou de 7,8 mil carros há um ano para 9,3 mil em junho, um avanço de 18,9%. Os dirigentes do setor esperam só a confirmação de melhoras em índices macroeconômicos, como juros, para elevar também a projeção de vendas no mercado doméstico.
Segundo o presidente da (Anfavea) Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores Antonio Megale, a nova previsão ajudará a reduzir a capacidade ociosa nas fábricas de 50% para 40%. “Estamos, porém, ainda longe de ocupar a capacidade total, de 5 milhões de veículos”, disse.
O novo cálculo de produção da Anfavea indica que 2,619 milhões de veículos sairão das linhas de montagem em 2017. A previsão anterior indicava avanço de 11,9% em relação aos 2,156 milhões de veículos que deixaram as linhas de montagem em 2016. A produção de junho — 212,2 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus — representou alta de 15,1% na comparação ao mesmo mês de 2016.
No semestre, foram produzidas 1,263 milhão de unidades, um avanço de 23,3 % em relação aos primeiros seis meses de 2016. Consequentemente, a entidade reviu também as projeções de exportação. O novo cálculo indica que 705 mil veículos serão embarcados para outros países este ano, o que representa crescimento de 35,6% na comparação com 2016. A previsão anterior indicava a venda externa de 558 mil unidades, o que resultaria em avanço de 7,2% em comparação com 2016.
O mês passado ficou marcado como o melhor junho em vendas externas de veículos dos últimos 12 anos. Em 2005, ano recorde de exportações no setor, foram embarcadas 724,1 mil unidades. Com 66 mil veículos, a receita com vendas externas em junho somou 1,143 bilhão de dólares, uma alta de 56,7 % ante um ano atrás. No acumulado do ano, as exportações do setor representaram receita de 6,194 bilhões de dólares.
A venda de veículos registrou crescimento positivo em junho, de 13,5%, na comparação com o mesmo mês do ano passado, com um total de 195 mil unidades licenciadas. Apesar disso, para o mercado interno, a Anfavea manteve, por enquanto, a expectativa de crescimento de 4% em 2017, o que representaria 2,133 milhões de unidades.
Segundo Megale, a entidade ainda não sentiu firmeza para alterar os cálculos, mas o cenário indica uma revisão em breve. O volume vendido na primeira metade do ano, 1,019 milhão de unidades, representou crescimento de 3,7% em relação ao primeiro semestre de 2016. Mas o nível de estoques nas fábricas e revendas permaneceu estável, equivalente a 34 dias de vendas.
Além disso, o “descolamento” da economia da crise política somada à queda nas taxas de juros e controle da inflação são fatores, disse Megale, que levam a expectativas otimistas. Segundo ele, o recuo da taxa Selic tende a expandir a oferta de crédito para carros. Já o segmento de caminhões continua em crise, com queda de 16,1% no volume acumulado no ano.
Apesar de crescimento na produção e previsões mais otimistas o nível de emprego nessa indústria continua mais baixo do que há um ano. Em junho o número de funcionários nas fábricas de veículos recuou 7,6% na comparação com um ano atrás. Além disso, as montadoras recorreram mais às ferramentas para afastamento temporário. O número de trabalhadores afastados das fábricas ou com jornada reduzida aumentou de 10,3 mil em maio para 12,5 mil em junho. Houve aumento do uso do Programa Seguro-Emprego (PSE), que permite reduzir a jornada em até 30% com pagamento de parte do salário com recursos do Fundo de amparo do Trabalhador (FAT).
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