Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2017
Recentemente, a Itália se tornou o primeiro país europeu a ofereceu a chamada “licença-menstruação”. A licença estará disponível para as mulheres que sofrem de dismenorreia, uma condição associada à dor severa na pélvis e/ou abdômen durante o período menstrual, além de sintomas como dor nas costas, diarreia e náuseas.
Essas trabalhadoras terão direito a três dias por mês de afastamento do trabalho, sem qualquer desconto em seu salário. Para o site, além do benefício direto às mulheres que sentem muita dor durante o período menstrual, essa lei pode ajudar a combater o estigma a respeito da menstruação. A licença também já está em vigor em países como Japão, Taiwan, Coreia do Sul e Indonésia.
A medida afeta os contratos por tempo integral e parcial, permanentes ou temporários, em empresas públicas e privadas. Embora a medida, a priori, possa parecer benéfica para as trabalhadoras, tem gerado um intenso debate no país europeu. Poderia levar as empresas a contratar menos mulheres?
Contra
Daniela Piazzalunga, economista que analisou o lado negativo da proposta para The Washington Post diz que: “As mulheres já estão tendo dias livres por causa da dor menstrual, mas a nova lei permite que fizessem isso sem precisar utilizar as licenças por doença ou outras autorizações. No entanto, essa iniciativa pode ter repercussões negativas: a demanda por mulheres trabalhadoras poderia cair”.
A favor
Os defensores da medida a consideram um sinal de progresso, ressaltando a importância de reconhecer a dor feminina num país em que 60% a 90% das mulheres têm cólica. A edição italiana de Marie Claire se posicionou a favor, definindo o projeto de lei como “estandarte do progresso e da sustentabilidade social”.