Sexta-feira, 04 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2019
José Mujica, ex-presidente do Uruguai, afirmou que a Venezuela “é uma ditadura, sim, na situação que está, não há outra coisa que não ditadura, mas há ditadura na Arábia Saudita, com um rei absoluto, na Malásia, onde matam 25 pessoas por dia, e na República Popular da China”. As informações são do portal de notícias G1 e do jornal Folha de S.Paulo.
A declaração foi feita para a rádio uruguaia, a 970 Universal. Mujica afirmou, no entanto, ser contrário a uma intervenção no país: “Se há ditadura, é deles e são eles que têm que resolver”.
O Uruguai terá eleições presidenciais neste ano. A Frente Ampla, coligação de esquerda da qual Mujica faz parte, lançou Daniel Martínez como candidato.
Em uma rede social, Martínez também afirmou que o regime de Nicolás Maduro é uma ditadura.
O candidato fez uma referência a um relatório da ONU, de autoria de Michelle Bachelet (alta comissária para Direitos Humanos e ex-presidente do Chile), que classifica a Venezuela como ditadura.
“O relatório de Bachelet é lapidar a respeito da Venezuela e se trata de uma ditadura. É preciso seguir trabalhando em uma saída negociada e que o centro sejam os venezuelanos”, afirmou ele.
O presidente do Uruguai hoje é Tabaré Vazquez, também da Frente Ampla. O seu ministro da Economia, Danilo Astori, foi outro que chamou o governo da Venezuela de ditadura, em uma entrevista à estação de rádio Del Sol. “Para mim não custa nada: a Venezuela é uma ditadura, e é uma ditadura tremenda, com impactos humanitários muito graves”, disse.
Um prego a mais no caixão
“O fato de Mujica ter declarado que a Venezuela é uma ditadura é um prego a mais no caixão do regime”, disse o líder opositor Juan Guaidó à Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (29), por telefone, de Caracas.
Ao fazer um breve balanço dos últimos seis meses desde que se declarou presidente interino da Venezuela, Guaidó disse que “o principal deste período é o apoio internacional que a cada dia vai ganhando mais personagens políticos importantes”.
“Mujica é um deles. Outro dos avanços foi o relatório da ONU realizado por Michelle Bachelet, que demonstrou como são reais os abusos em direitos humanos na Venezuela.” Mais de 50 países, incluindo EUA e Brasil, reconhecem o opositor como o líder legítimo do país.
Como ponto negativo, o líder opositor disse que, “obviamente, é o fato de não termos conseguido tirar Maduro, mas estamos avançando como nunca antes a oposição pôde avançar”.