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Por Redação O Sul | 13 de junho de 2017
O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato na primeira instância, autorizou o pedido de instauração de inquérito policial para investigar o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine.
Segundo depoimento de delação feito por Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, Bendine solicitou e recebeu R$ 3 milhões para auxiliar a empreiteira em negócios com a Petrobras. Conforme os delatores, o dinheiro foi pago em espécie através de um intermediário.
O pedido de abertura de inquérito policial foi feito pelo MPF (Ministério Público Federal) no dia 5 de junho. “Defiro, sendo necessária a melhor apuração dos fatos antes de qualquer conclusão”, disse Moro. Ele determinou ainda que o inquérito seja mantido em sigilo. A Polícia Federal vai investigar o caso.
Em 2015, Bendine era braço direito da então presidente da República Dilma Rousseff. Ele deixou o banco com a missão de acabar com a corrupção na estatal petroleira, alvo da Lava-Jato.
O pedido de propina, segundo os delatores, foi feito em 2014, quando Bendine era presidente do Banco do Brasil. Na delação de Fernando Reis, o ex-executivo da Odebrecht conta que foi procurado por um representante de Bendine, o publicitário André Gustavo Vieira da Silva, com uma queixa sobre o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
“Que o Guido mandava sempre o Aldemir fazer as coisas, que ele fazia, que tinha a percepção que o então ministro Guido Mantega fazia parte da arrecadação e que ele, Bendine, só recebia as ordens e não recebia nada, então ele queria tentar estabelecer conosco um canal para o Aldemir Bendine”, afirmou Reis.
Ex-gerente
A força-tarefa da Lava-Jato denunciou o ex-gerente da Área Internacional da Petrobras Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele foi preso na 41ª fase da operação, em 25 de maio, no Rio de Janeiro. Bastos está detido em Curitiba (PR).
Segundo a acusação, Bastos recebeu US$ 4,8 milhões em propinas em uma conta offshore na Suíça, da qual era beneficiário. Em contrapartida, utilizou-se do cargo para dar amparo técnico a um negócio envolvendo a venda de um campo seco de petróleo em Benin, na África, para a Petrobras, em 2011.
O esquema relatado na denúncia é o mesmo pelo qual o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada já foram condenados, em outro processo da Lava-Jato.
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), um relatório da Comissão Interna de Apuração da Petrobras, que investigou os fatos, apontou que Bastos foi responsável por uma série de irregularidades. Por isso, ele foi demitido por justa causa, no segundo semestre de 2016. (AG)