Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 25 de janeiro de 2020
Um dos médicos foi condenado a 35 anos e quatro meses de prisão
Foto: ReproduçãoA Justiça Federal gaúcha condenou dois médicos por cobrarem das pacientes atendidas pela rede pública de saúde valores referentes a procedimentos de cesarianas cobertos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O esquema criminoso ocorreu por muitos anos no município de Itaqui, na Fronteira Oeste do RS, segundo o MPF (Ministério Público Federal).
Um dos médicos foi sentenciado a 35 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado. O outro foi condenado a um ano e seis meses de prisão, mas a pena será substituída por prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária equivalente a seis salários mínimos vigentes ao tempo do pagamento. As condenações ocorreram na quinta-feira (23).
Denunciados pelo MPF na Operação Falso Juramento, eles teriam faturado quase R$ 1 milhão com o esquema ilegal. Os nomes dos condenados não foram divulgados. Conforme o procurador da República em Uruguaiana, Márcio Rogério Garcia, os desdobramentos da operação, amplamente noticiada na mídia, inclusive nacional, culminaram com o ajuizamento da ação penal.
“Ficou evidenciada a existência do esquema criminoso por meio do qual foram praticados graves delitos contra mulheres em situação de extrema vulnerabilidade, havendo até mesmo registros acerca de recém-nascidos com sequelas permanentes e de possíveis homicídios culposos, devido à procrastinação do parto das gestantes que se negaram a desembolsar ou mesmo não dispunham da vantagem em dinheiro solicitada de forma indevida”, afirmou.
Além dos médicos condenados, outras duas pessoas – um anestesista e uma secretária – denunciadas pelo MPF foram absolvidas. O órgão afirmou que apresentará recurso de apelação com relação aos absolvidos no julgamento e à majoração das penas aplicadas.
Voltar Todas de Rio Grande do Sul