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Por Redação O Sul | 29 de maio de 2017
Michel Temer deu total autonomia para o ministro Torquato Jardim no Ministério da Justiça. Isso significa que, se quiser, poderá trocar o diretor-geral da PF (Polícia Federal), Leandro Daiello, seu subordinado. Palacianos dizem, contudo, que não terá mudanças na cúpula da instituição de imediato. Desde que a Lava-Jato foi deflagrada em 2014, a pasta já teve seis ministros. Somente Temer, em um ano de mandato, indicou três. Antes de Osmar Serraglio, demitido ontem, nomeou Alexandre de Moraes, que saiu de lá direto para o STF. Jardim assume no momento mais crítico, quando investigações atingem o próprio presidente.
O entra e sai de ministros na Justiça se deu nos últimos 15 meses. Em comum, todos tiveram Leandro Daiello como diretor-geral da PF. Ele está no cargo desde janeiro de 2011.
Osmar Serraglio foi avisado de sua demissão do Ministério da Justiça pela Coluna do jornal O Estado de S. Paulo, que antecipou a informação na edição on-line. O substituto já tinha sido avisado.
Pesou contra Serraglio o fato de ser tímido. O governo queria alguém que defendesse Temer de acusações, como faziam Alexandre de Moraes e, na época de Dilma, José Eduardo Cardozo. Serraglio entrou mudo e saiu calado.
O governo tratou de encontrar uma explicação para ter convidado Serraglio a assumir o Ministério da Transparência. Interlocutores do presidente dizem que ele é professor de direito administrativo, tudo a ver com a pasta.
A justificativa é para tentar conter as associações de que o Planalto fez isso para preservar a prerrogativa de foro de Rocha Loures, por medo de que ele faça delação premiada e complique Temer. Loures é suplente de Serraglio.
Torquato Jardim não foi a primeira opção do Planalto para assumir a Justiça. O governo considerou chamar Antônio Mariz ou Raul Jungmann. Pesou na escolha o fato de poder substituir um ministro pelo outro e, ainda, não mexer com Loures. (AE)