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Por Redação O Sul | 16 de julho de 2017
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, embarcou neste domingo para os Estados Unidos. Ele tem um almoço de trabalho agendado para esta segunda-feira com o secretário de Agricultura do governo norte-americano, Sonny Perdue, na capital Washington. Durante o encontro, será discutida a retomada de exportações de carne do Brasil para os Estados Unidos.
O ministro viajou acompanhado do secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Odilson Silva. A agenda da comitiva inclui, ainda na segunda-feira pela manhã, reunião com o embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, e com o adido agrícola nos Estados Unidos, Luiz Claudio de Caruso e Santana. Na terça-feira pela manhã, o ministro reúne-se com o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, antes de embarcar de volta para Brasília no fim da tarde. A chegada à capital federal está prevista para quarta-feira, pela manhã.
A visita ocorre após a suspensão por parte dos EUA, no fim de junho, de todas as importações de carne fresca do Brasil, devido a preocupações recorrentes sobre a segurança dos produtos destinados ao mercado norte-americano.
A medida foi consequência de um reforço na vigilância sobre a carne brasileira. O governo norte-americano adotou a medida dois meses após Polícia Federal brasileira deflagrar a Operação Carne Fraca, que descobriu uma rede de fiscais sanitários e empresários dedicada a adulterar produtos vencidos, que ainda assim eram vendidos nos mercados interno e externo.
Esse escândalo levou uma série de países a suspender todas as suas importações de carne brasileira, mas a maioria deles reverteu a medida após receber explicações e garantias do governo sobre a eliminação dessas práticas corruptas.
Foram 17 anos de negociações para que o Brasil conseguisse exportar carne fresca para os Estados Unidos, o que se concretizou em setembro do ano passado. No total, 15 plantas frigoríficas exportavam carne in natura para o país . As exportações de carne fresca ao mercado americano representaram investimentos na ordem de US$ 50 milhões para o Brasil entre janeiro e maio deste ano e, apesar de não ser o segmento mais importante das exportações, o embargo afetou a imagem do País como um fornecedor seguro desses produtos.
Vacinação contra a febre aftosa
Para o Ministério da Agricultura, os problemas comunicados pelo governo norte-americano são decorrentes da vacinação contra a febre aftosa, o que poderia causar inflamações. A aparência fica comprometida, segundo o ministério, mas o produto não oferece nenhum risco à saúde.
O Brasil exporta para os Estados Unidos a parte dianteira inteira do boi, local onde o gado recebe a vacina contra a febre aftosa. Mesmo que não esteja aparente, alguma inflamação pode ser detectada quando a peça é cortada.
Para solucionar a questão, o Ministério da Agricultura determinou que os frigoríficos brasileiros passassem a exportar para os Estados Unidos carnes in natura de cortes dianteiros apenas na forma de recortes, cubos, iscas ou tiras, o que permitiria a retirada dessas partes.
Seis entidades do agronegócio brasileiro propuseram outra solução: pediram ao governo federal uma mudança na composição da vacina contra a febre aftosa aplicada em todo rebanho bovino. A alteração seria necessária para evitar esses abscessos. O ministério já havia anunciado que investigaria os lotes de vacinas contra a febre aftosa aplicadas nos animais.