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Mundo Nos últimos 12 meses, houve aumento de pelo menos 50% no número de registro de crimes de pedofilia

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Delegada relata que pais demoram a saber. (Foto: AD)

Nos últimos 12 meses, houve aumento de pelo menos 50% no número de registros de crimes de pedofilia em ambientes virtuais, segundo levantamento da DRCI (Delegacia de Repressão a Crimes de Informática). E o risco pode estar numa prosaica troca de mensagens pelo WhatsApp e pelo Facebook, alerta a titular da especializada, Daniela Terra. O salto no volume de ocorrências ligou o alerta entre professores. A delegada tem sido convocada para ministrar palestras para falar sobre os diferentes riscos do universo virtual.

As principais vítimas são meninas entre 12 e 17 anos, que, persuadidas a fotografar suas partes íntimas sem o conhecimento dos pais, enviam as imagens para namorados e amigos em uma prática que ficou conhecida entre os jovens como “mandar nudes”. Nesse tipo de foto, além de expor o órgão genital, as meninas não costumam esconder o rosto, o que provoca constrangimento ainda maior diante do vazamento das fotografias, que muitas vezes também acabam enviadas para sites pornográficos e redes de pedófilos.

Em um caso registrado pela DRCI há quatro meses, uma estudante de 13 anos tentou o suicídio após descobrir que suas fotos íntimas estavam sendo compartilhadas em grupos de WhatsApp do colégio onde estudava. Os pais tiveram que trocar a jovem de escola e foram orientados a buscar apoio psicológico. “A exposição de vídeos e fotos íntimas de adolescentes se tornou um problema social. Os pais precisam vigiar os filhos e controlar tanto o conteúdo que acessam como o que compartilham”, advertiu a delegada.

Quem recebe e compartilha imagens íntimas sem consentimento está cometendo crime de pedofilia. No caso dos adolescentes, eles podem responder por fato análogo ao crime de pedofilia. Os pais também podem ser responsabilizados pelas atitudes dos filhos infratores e responder na esfera cível.

Ameaça fantasma

A facilidade de criação de perfis falsos no Facebook também é motivo de preocupação, uma vez que pedófilos costumam se valer deste artifício para aliciar menores. Em outro caso registrado pela DRCI, criminosos se passaram por uma atriz mirim para conseguir se comunicar e aliciar crianças.

Uma menina de apenas 8 anos passou três meses em contato com um falso perfil e foi convencida pela suposta atriz a fotografar e filmar seus órgãos genitais. De posse do material, os criminosos passaram a ameaçá-la e exigiram que ela se masturbasse com acessórios que estavam no quarto e filmasse o ato. Os pais da vítima só tomaram conhecimento do crime quando encontraram uma calcinha da filha com manchas de sangue.

Bullying mesmo sem “nude”

Outra prática que virou motivo de preocupação para educadores é o “cyberbullying”, já que diversos grupos são criados diariamente no WhatsApp por jovens com a finalidade de difamar e ofender colegas de classe e professores. Sem o discernimento necessário para compreender que a prática configura infração sujeita a penas socioeducativas, os adolescentes registram os movimentos das vítimas em diferentes ambientes escolares, até banheiros. Após reunir vídeos e fotos constrangedoras, os jovens compartilham os conteúdos e ridicularizam as vítimas. Nas palestras, sempre ouço novos relatos. Já fui procurada por meninas que sofriam com a divulgação de imagens no colégio e que não encontravam coragem para contar aos pais”, alertou a delegada.

Nudes vazados e os “desafios” da Baleia Azul são algumas das armadilhas

Meninos não ficam de fora de situações constrangedoras nos grupos de WhatsApp dos colégios. Segundo a delegada Daniela Terra, prática comum para ridicularizar as vítimas é compartilhar fotos de pênis. Em mais um dos casos registrados pela DRCI, dois meninos, de 9 anos, aparecem se masturbando no banheiro de um colégio em vídeo que passou de grupo em grupo. “Nas palestras, os pais ficam chocados com os relatos”, frisou.

A “Baleia Azul” também é outra ameaça. O suposto criador foi preso, mas variações do “jogo” continuam a fisgar incautos — fora a extorsão contra quem entra na rede e desiste no meio.

Pais devem saber navegar

Segundo a delegada, casos como esses podem ser evitados à medida que os pais orientem os filhos sobre os riscos da exposição. Para ela, mesmo que os pais aleguem não ter conhecimento tecnológico, é deles o dever de vigilância. “Os pais que têm dificuldades precisam quebrar esse ‘bloqueio’ para monitorar o que os adolescentes andam fazendo nas redes sociais”, cobrou. “Não temos como retroceder, a tecnologia avançou, e os pais precisam se adaptar e conversar com os filhos, antes que seja criado um grande problema”, preveniu.

A delegada defende que cuidados nas redes sociais sejam debatidos nas aulas de informática na escola. Ainda segundo ela, ao tomar conhecimento do vazamento de imagens dos filhos, pais precisam acionar a polícia imediatamente. (AD)

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