Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de outubro de 2017
Um pôster do jogador do Barcelona Lionel Messi está sendo usado em uma campanha de terror de apoiadores do EI (Estado Islâmico) para ameaçar a Copa do Mundo do próximo ano, na Rússia. A imagem, lançada pelo conhecido porta-voz do Estado Islâmico Wafa Media Foundation, é a última peça de propaganda projetada para espalhar o medo. Junto com a frase “Você está lutando contra um estado que não tem a palavra fracasso no seu dicionário”, o cartaz mostra Messi, com um dos olhos sangrando, vestindo uma roupa de presidiário com seu nome escrito.
Esta não foi a única imagem lançada pela campanha do Estado Islâmico contra o torneio. Na semana passada, um outro pôster mostrava o símbolo da Copa do Mundo ao lado de um homem com uma máscara, onde estava escrito: “Espere por nós.” Em uma outra ameaça, a Wafa divulgou um pôster que mostrava um jihadista observando o estádio Luzhniki, em Moscou, que receberá partidas da Copa, com a frase: “Inimigos de Alá na Rússia, juro que o fogo dos mujahedins queimará vocês. Aguardem.”
O Estado Islâmico vem perdendo território na Síria e no Iraque com as ofensivas lançadas tanto pela coalizão internacional liderada pelos EUA, quanto pelo governo da Síria apoiado por Rússia e Irã. Os bombardeios russos já destruíram mais de 900 campos do EI na Síria e muitas armas pesadas. Nas últimas semanas, o Kremlin vem concentrando os seus esforços no Leste do país, onde as forças aliadas aos EUA combatem tropas de Damasco na disputa pela província petroleira de Deir el-Zour.
Raqqa
A emblemática cidade de Raqqa, denominada como califado pelo Estado Islâmico (EI) na Síria e símbolo das atrocidades cometidas pelo grupo jihadista, foi finalmente retomada por completo na semana passada com a ajuda da aliança de combatentes curdos e árabes, apoiada pelos Estados Unidos. A reconquista, anunciada por um porta-voz das Forças Democráticas Sírias (FDS), representa uma grande derrota para os jihadistas.
Em Raqqa, onde milhares de moradores viviam sob a regra repressiva dos jihadistas desde 2014 – que decapitavam pessoas por violações como fumar, ordenavam estupros e sequestros –, a conquista foi celebrada pelos combatentes curdos e árabes. Com a ajuda de ataques aéreos, armas e forças especiais da coalizão, eles tomaram mais de 3,1 mil quilômetros quadrados do grupo nos últimos meses. O último bastião era Raqqa, que vinha sendo lentamente cercada desde junho. E, pela manhã, soldados tomaram o hospital e o estádio municipal no centro da cidade, os dois últimos redutos onde dezenas de jihadistas estrangeiros estavam entrincheirados.
Porém, a vitória teve um custo altíssimo: grande parte da cidade foi devastada pelos ataques aéreos liderados pelos americanos que mataram 3.250 pessoas – sendo 1.130 civis – nos últimos cinco meses, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Ao todo, cerca de 270 mil moradores foram deslocados pelos combates e milhares de casas foram destruídas.
Raqqa foi nos últimos dois anos um alvo constante dos ataques aéreos do governo sírio, da Rússia e da coalizão internacional antiextremista liderada pelos Estados Unidos. Em 5 de novembro de 2016, as FDS lançaram uma grande ofensiva chamada “Fúria do Eufrates” para reconquistar a cidade, contando com o apoio aéreo da coalizão internacional, e terrestre de conselheiros militares americanos.