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Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2017
A PF (Polícia Federal) deflagrou, no início da manhã desta quinta-feira (03), uma nova fase da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, tendo como alvo integrantes da gestão do ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB). O ex-secretário municipal de Obras da capital fluminense Alexandre Pinto foi preso.
Os agentes cumpriram dez mandados de prisão, sendo nove no Rio e um em Pernambuco, onde foi confirmada a prisão de Laudo Aparecido Dalla Costa Ziani, genro do ex-deputado Pedro Corrêa (PP). A operação foi batizada de “Rio, 40 graus”.
Também há um mandado de condução coercitiva em São Paulo. Todas as ordens judiciais foram expedidas pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ªVara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Essa nova fase da Lava-Jato chegou à prefeitura através de investigações de contratos na gestão de Paes. Alexandre Pinto foi preso em casa, em um condomínio de luxo na Zona Oeste do Rio.
Os procuradores do Ministério Público Federal têm como base a delação da empreiteira Carioca Engenharia e diz respeito à corrupção, com pagamento de propina e desvio nas obras do corredor de ônibus Transcarioca, que custou R$ 2 bilhões, e da drenagem de córregos da Bacia de Jacarepaguá. A Transcarioca foi inaugurada em 2014, como um dos legados da Copa do Mundo no Rio. Ela liga o aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão) até a Barra da Tijuca.
Os alvos da ação são lobistas e fiscais da prefeitura carioca responsáveis pelas obras. Essa é a primeira vez que a Lava-Jato fluminense chega na esfera municipal. De acordo com o site da prefeitura, a história do ex-secretário Alexandre Pinto começou no governo municipal em 1987, quando ingressou nos quadros como diretor da CGC (Coordenadoria-Geral de Conservação). Ele também foi presidente da Rio-Águas e subsecretário de Águas Municipais, até chegar à Secretaria de Obras, no segundo semestre de 2009.
Eduardo Paes
O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes afirmou, em nota, que “a política não teve qualquer relação com sua nomeação para a função de secretário de Obras. Alexandre Pinto é um servidor de carreira da prefeitura do Rio. Caso confirmadas as acusações, será uma grande decepção o resultado dessa investigação”, disse o peemedebista.
Lava-Jato no Rio
No dia 25 de julho, o Conselho Superior do Ministério Público Federal prorrogou por mais seis meses a atuação dos procuradores da Lava-Jato no Rio de Janeiro. Os procuradores vão continuar se dedicando exclusivamente às investigações sobre corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no Estado.
A Lava-Jato no RJ descobriu desvios na Eletronuclear e um grande esquema de corrupção na administração do ex-governador Sérgio Cabral.