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Por Redação O Sul | 1 de junho de 2018
O papa Francisco começou nesta sexta-feira uma série de encontros individuais com vítimas de abusos sexuais cometidos pelo padre chileno Fernando Karadima. Os encontros vão acontecer até este domingo e esta é a segunda vez que o chefe da Igreja Católica se reúne com vítimas do padre chileno, cujos crimes foram ocultados pela igreja do Chile.
Karadima foi condenado em 2011 pela justiça canônica a uma vida de reclusão e penitência por esses atos. Juan Barros, nomeado bispo em março de 2015 pelo papa Francisco, foi acusado no Chile de encobrir os casos de abuso sexual cometidos pelo influente Fernando Karadima quando era padre da igreja El Bosque, em Santiago.
Depois de ter recebido há algumas semanas James Hamilton, Juan Carlos Cruz e José Andrés Murillo – vítimas de abusos por parte de Karadima quando eram menores –, e representantes da luta contra o silêncio da Igreja Chilena, Francisco reabre agora as portas da residência para ouvir um novo grupo. Ao todo são cinco sacerdotes chilenos da paróquia de El Bosque, vítimas de Karadima, dois padres que ajudaram as vítimas e dois leigos envolvidos neste processo.
Neste sábado, o grupo poderá assistir a uma missa matinal presidida por Francisco na capela da Casa Santa Marta, um privilégio que não tiveram os 34 bispos que há algumas semanas se reuniram com o pontífice. No dia 18 de Maio todos os bispos chilenos apresentaram a renúncia depois de três reuniões com o papa Francisco na sequência do escândalo de abusos sexuais que abalou o clero no Chile.
Os bispos do Chile foram convocados de 15 a 17 de maio para se reunirem com o Francisco depois de uma série de erros e omissões na gestão de casos de abuso, especialmente em relação ao caso de Juan Barros, acusado de encobrir os crimes do padre Fernando Karadima.
Francisco convocou os bispos depois de descobrir que estava mal-informado sobre este caso, tendo-se também reunido com as vítimas. No final de três reuniões com o papa, os bispos anunciaram que assinaram um documento, colocando o destino deles nas mãos de Francisco.
Carta publicada
Em abril, o papa admitiu que havia cometido “erros graves” ao analisar o escândalo de abusos sexuais a menores na Igreja chilena e expressou a sua “vergonha” e “dor” depois de conhecer as conclusões da investigação. Na ocasião, ele publicou uma carta pedindo às vítimas que fossem ao Vaticano para que ele pudesse se desculpar com elas pessoalmente.