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Mundo O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda deixa margem a dúvidas sobre os rumos de sua política externa

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O desafio de Trump no momento é a ameaça da Coreia do Norte.(Foto: Bundesregierung/Knoth)

Ora visto como ameaça à estabilidade internacional, ora criticado por seu nacionalismo, que levaria a uma posição isolacionista em relação ao mundo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda deixa margem a dúvidas sobre os rumos de sua política externa. O desafio do momento é a ameaça da Coreia do Norte, que prossegue em sua escalada para produzir mísseis capazes de levar ogivas nucleares a grandes distâncias e atingir o território dos EUA.

Matthew Kroenig, 39, um republicano especialista em estratégias de segurança e política externa, diz que um conflito armado “sempre é possível”, mas considera improvável que os EUA iniciem uma guerra. Ele afirma que o objetivo de Trump é criar pressões para levar Pyongyang a negociar seu programa nuclear. Com mestrado e doutorado em ciência política pela Universidade da Califórnia em Berkeley, Kroenig é autor de livros sobre assuntos internacionais e ocupou cargos no Departamento de Defesa dos EUA e na CIA (agência de inteligência americana), além de trabalhar como consultor para várias entidades.

Ele foi conselheiro do republicano Marco Rubio, senador pela Flórida, na corrida pela candidatura presidencial do partido em 2016. Naquele período, fez críticas a Trump, mas o defendeu, depois de eleito, num artigo para a revista “Foreign Affairs”, em abril.

Confira entrevista com Matthew Kroenig

Trump confiou à China um papel importante na contenção da Coreia do Norte, mas os testes com mísseis continuam. Como os EUA vão enfrentar essa crise? Como vimos nos últimos dias, a administração do presidente Trump adotou uma linha mais dura com a China, impondo sanções a bancos e empresas chinesas que fazem negócios com a Coreia do Norte. Isso forçará essas empresas a escolher entre manter relações comerciais com a Coreia do Norte ou ficar com os EUA, incluindo-se nisso o acesso ao dólar americano e ao sistema bancário internacional liderado pelos EUA. Essas e outras medidas deverão gradualmente exercer pressão sobre a Coreia do Norte com o objetivo de trazer o país à mesa de negociações. Enquanto isso, os EUA devem tomar medidas para defender a si próprio e a seus aliados, como a instalação de sistemas antimísseis na Coreia do Sul e no Japão. A abordagem do governo de Barack Obama, de “paciência estratégica”, levou a Coreia do Norte a produzir material nuclear suficiente para até 30 ogivas e um míssil que pode alcançar os EUA. Não será fácil, mas Trump está determinado a resolver este problema.

Existe chance de guerra? Sempre existe uma chance de conflito. Se a Coreia do Norte atacar os EUA ou a Coreia, vamos nos defender e defender nossos aliados. Como disse o

secretário de Defesa, James Mattis, nossa resposta será “efetiva e avassaladora”. Mas é difícil ver os EUA iniciando uma guerra contra a Coreia do Norte.

Qual o objetivo da política mais dura do presidente Trump em relação a Cuba? O embargo fracassou, não seria o caso de levantá-lo? Eu sei que esse é um assunto observado de perto na América Latina, mas Cuba não é um grande poder, de modo que a política dos EUA em relação a Cuba não é tão significativa globalmente. O embargo não produziu resultados, mas a abertura de Barack Obama ofereceu ao brutal regime dos Castro um passe livre, proporcionando benefícios sem exigir nada em troca, como

compromissos de respeito aos direitos humanos. A política de Trump, na minha opinião, mantém algumas peças sensíveis da abertura de Obama, mas restaura certas restrições com o objetivo de convencer o regime de Castro a tomar medidas para melhorar a vida de seu povo.

Trump já disse que não é presidente do mundo, mas o papel dos EUA no mundo é crucial. É possível conciliar a ideia da “América primeiro” com liderança global? Os EUA com Trump continuarão a desempenhar um forte papel de liderança global. “América primeiro” não é a mesma coisa que “só América”. Isso significa que, para ser forte no exterior, os EUA devem primeiro ser fortes em casa. Isso também significa rever antigas alianças e acordos comerciais com vistas a atualizá-los para o contexto do século 21. Isso é coerente com as políticas dos EUA no passado. Obama, por exemplo, frequentemente falou sobre a “construção de uma nação em casa”.

A retirada do Acordo de Paris não foi uma decisão do tipo “só América”? Uma vez que os compromissos assumidos no âmbito do Acordo de Paris não são vinculativos, a decisão de aderir é simbólica e a decisão de sair, tomada pelo presidente Trump, também é em grande parte simbólica. As emissões de carbono dos EUA continuarão a diminuir de qualquer maneira porque as forças do mercado estão empurrando as empresas de serviços públicos nos EUA para trocar o carvão pelo gás natural. (Folhapress)

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