Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Ônibus com comitiva brasileira é cercado em protesto na Venezuela

Compartilhe esta notícia:

Foto do cerco à comitiva. (Foto: Reprodução/Instagram/@venezuelalucha)

Depois de muita expectativa, a missão com senadores brasileiros chegou a Caracas (Venezuela), mas enfrentou adversidades e não conseguiu chegar à prisão onde estão políticos de oposição presos. A comitiva contou ter passado por momentos de pânico logo depois de desembarcar. O episódio motivou forte repúdio por parte do presidente da casa, Renan Calheiros.

Já em um ônibus, a cerca de um quilômetro do aeroporto, o veículo ficou parado no trânsito e um grupo de cerca de 50 manifestantes começou a bater na lataria e gritar. Diante da hostilidade, o ônibus retornou ao aeroporto e encontrou o terminal fechado.

“Fora, fora. Chávez não morreu, se multiplicou”, gritavam os manifestantes diante do ônibus.

Três batedores acompanhavam a comitiva, mas nada fizeram segundo os brasileiros. No veículo estavam os senadores e as mulheres dos políticos. “Não conseguimos sair do aeroporto. Sitiaram o nosso ônibus, bateram, tentaram quebrá-lo. Estou tentando contato com o presidente Renan (Calheiros, do Senado)”, declarou no Twitter o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).

No Twitter, o senador Aloysio Nunes explicou que houve um acidente, e por isso o trânsito ficou parado. Depois de ficarem sem conseguir avançar por cerca de 30 minutos, a comitiva decidiu voltar ao aeroporto. Nunes admitiu voltar ao Brasil. Os senadores também afirmaram que o terminal aeroviário chegou a ser fechado.

“Está claríssimo que nos colocaram numa arapuca. Liberaram o pouso do avião mas trancaram o aeroporto”, disse o senador Agripino Maia.

Em nota, a liderança nacional do PSDB classificou como “gravíssimas as agressões sofridas” e exigiu manifestação de repúdio “imediata e contundente” por parte do Itamaraty.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que cobraria uma posição da presidenta Dilma Rousseff.

“Vou telefonar à presidenta e vou cobrar uma reação altiva do governo brasileiro contra os fatos narrados pelos senadores. Queria cobrar publicamente uma reação altiva. Qualquer agressão à nossa delegação é uma agressão ao Legislativo. Falei com o Itamaraty, como o ministro Mauro Vieira e estamos publicando uma nota cobrando uma reação altiva”, disse Renan, antes de ler uma nota de repúdio no Senado.

Renan deixou claro que não gostou das explicações do Itamaraty.

“O ministro disse que há informações de que estava havendo a transferência de um preso político, mas nada disso importa muito. O que importa muito é o clima de tensão, de intimidação, de ofensa e de agressão. A democracia hoje não tem mais como conviver com essas coisas medievais”, disse Renan.

Em seguida, Renan leu a nota no Plenário do Senado.

“O presidente do Congresso recebeu relatos apreensivos da delegação de senadores brasileiros enviados à Venezuela, através dos senadores Cassio, Aloysio, Caiado e Aécio. Há relatos de cerco à delegação brasileira, hostilidades, intimidações, ofensas e apedrejamento do veículo onde estão os senadores brasileiros.

Os problemas enfrentados na Venezuela por senadores de oposição foram repudiados pelos deputados. Na Câmara, a sessão que votaria o projeto do aumento de impostos de empresas acabou suspensa pelas manifestações dos parlamentares, que querem votar uma moção de repúdio e criar uma comissão de acompanhamento.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), telefonou ao ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) pedindo uma manifestação oficial do governo, por meio de nota, e a garantia da integridade dos brasileiros que estão em Caracas.

No plenário, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, fez um relato da conversa com Vieira. Segundo ele, o ministro informou que a comitiva de senadores estava num ônibus e o embaixador brasileiro em um carro. Eles enfrentaram um congestionamento e, em seguida, manifestantes que tentaram impedir a circulação do ônibus. O ministro garantiu a Cunha que os policiais destacados para a proteção dos senadores atuaram. Cunha afirmou que o episódio provoca tensão nas relações com a Venezuela.

O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), defendeu a moção, como forma de apressar as discussões para começar em breve a votação do projeto que finaliza o pacote de ajuste fiscal do governo.

Incidentes

Era o segundo incidente desde que o avião pousara. Primeiro, o comboio que levava os senadores foi retido por integrantes da polícia nacional venezuelana. A explicação foi que estava sendo feita a transferência de um preso, vindo da Colômbia, justamente no mesmo horário. O senador Aécio Neves ligou para a embaixada brasileira e para Renan Calheiros manifestando estranhamento com a atuação da polícia local e pedindo que os diplomatas registrassem uma reclamação formal junto ao governo da Venezuela.

A ex-deputada cassada María Corina Machado, no entanto, atribuiu os problemas ao governo chavista. “Está totalmente trancada a autopista porque “estão limpando os túneis” e por “protestos”. “Se o regime acreditava que trancando as vias impediria que os senadores constatassem a situação de direitos humanos na Venezuela, conseguiu o contrário.” “Em menos de três horas os senadores brasileiros descobriram o que é viver na ditadura hoje na Venezuela”, escreveu. (Maria Lima [enviada especial de O Globo], Cristiane Jungblut e Simone Iglesias/O Globo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

A renúncia fiscal deve passar de 400 bilhões de reais neste ano, superando os gastos com a saúde e a educação
As mulheres investem melhor do que os homens, diz estudo
https://www.osul.com.br/onibus-com-comitiva-brasileira-e-cercado-em-protesto-na-venezuela/ Ônibus com comitiva brasileira é cercado em protesto na Venezuela 2015-06-18
Deixe seu comentário
Pode te interessar