Mundo Paris se prepara para ficar inundada
Por Redação O Sul | 16 de março de 2016
Enquanto no Brasil a política de prevenção dos estragos causados pelas chuvas parece não funcionar, em Paris, na França, o governo já antecipa a cheia do rio Sena, com simulação virtual do que seria a inundação do século. A última cheia do Sena foi em 1910, quando ele subiu 8 metros, quatro vezes acima do normal.
Última grande cheia ocorrida em Paris foi registrada em 1910. Na época, rio Sena subiu 8 metros. (Crédito: Reprodução)
Prejuízos da inundação.
Os franceses já aguardam a próxima e, se não houver nenhuma política de prevenção, os prejuízos poderiam ser de 30 bilhões de euros, afetando de forma direta 300 mil pessoas e deixando 1,5 milhão sem eletricidade. As estradas também ficariam intransitáveis e mais de 300 quilômetros das linhas do metrô não funcionariam. “Não é ficção científica. O risco é real. É um dos principais desafios e um dos mais preocupantes para a cidade e para a região”, avisou Camille Lastennet, responsável pela Direção de Prevenção e Proteção da prefeitura local.
Sequana 2016.
Além da simulação virtual, que transformou a pirâmide do Louvre em uma ilha e mostrou a inundação do Palácio do Eliseu, a sede do governo do país, a prefeitura criou um exercício, batizado como Sequana 2016, em que 900 profissionais de salvamento, 150 policiais, 20 veículos pesados e quatro helicópteros foram mobilizados. Houve também envolvimento de 87 empresas e de países como Espanha, Itália, República Tcheca e Bélgica.
No treinamento, à medida em que o rio transborda, as ruas são inundadas e a circulação é cortada. Milhares de residências ficam debaixo d’água, o abastecimento de energia elétrica é interrompido, não há mais água potável e os hospitais funcionam no limite de sua capacidade. No cenário da catástrofe, a enchente atingiria seu auge na segunda quinzena de março, quando 500 quilômetros da região parisiense estariam inundados. O governo da capital francesa também faz um trabalho de conscientização dos moradores. Em caso de cheia, pediu que eles não saiam de casa, e montem um kit de emergência com água e alimentos não perecíveis, além de levar os carros para zonas mais altas e não pegar elevador.
Sem pânico.
Embora a população esteja cética quanto ao acontecimento de uma nova enchente, as autoridades têm certeza de que a situação voltará a se produzir. A única incerteza sobre a futura grande inundação é quando exatamente ela acontecerá. “O objetivo não é criar pânico, mas conscientizar sobre o risco e incentivar os habitantes a se preparar e a tomar medidas, no caso de uma enchente voltar a inundar Paris”, explicou o secretário de segurança da capital, Michel Cadot.
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