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Por Redação O Sul | 27 de dezembro de 2016
O Palácio do Planalto abriu uma licitação para contratar serviços de alimentação nos aviões que atendem à Presidência da República por um ano, no valor total estimado em R$ 1,75 milhão.
O aviso da licitação foi publicado no Diário Oficial no dia 19. Entre os produtos solicitados estão 500 potes de 100 gramas do sorvete tipo premium da marca Häagen-Dazs, pelo preço de R$ 15,09 cada um.
A lista de itens solicitados pelo Planalto apresenta os preços unitários estimados. Entre eles está a quantidade de 120 potes do creme de avelã da marca Nutella, pelo preço de R$ 39 da embalagem de 350 gramas.
O valor é maior que o praticado por lojas de varejo. O mesmo produto no site das Lojas Americanas e do hipermercado Extra por exemplo R$ 20,87. O preço do sorvete Häagen-Dazs apontado pelo governo também é mais alto do que é possível encontrar no varejo. No Pão de Açúcar, o mesmo produto custa R$ 11,25.
Há na lista ainda amêndoas in natura, pelo preço de R$ 29 por um pacote de 100 gramas, e farinha de linhaça dourada da marca Jasmine, por R$ 44 em um pacote de 200 gramas.
A lista inclui ainda chocolates, refrigerantes, biscoitos, frutas, barras de cereais, entre outros. Há entre os pedidos marcas e sabores específicos de sorvetes, como o picolé de flocos com cobertura de chocolate branco, com referência à marca Tablito, por R$ 10,50 a unidade.
Entre as opções de almoço e jantar, o preço por cada unidade de refeição varia de R$ 75,96 a R$ 128,63. Já o valor do café da manhã vai de R$ 59,90 a R$ 96,43 por refeição.
Na justificativa da licitação, o órgão apontou como razão da contratação dos serviços: “Considerando-se que as viagens da Presidência da República com utilização de meios aéreos ocorrerem, por vezes, em horários que coincidem com os estimados para a realização de refeições, faz-se mister a contratação de empresa especializada neste tipo de serviço, com fornecimento de material especificamente no Aeroporto de Brasília, em atenção aos mais altos padrões de higiene e segurança alimentar, cumprindo-se os horários e prazos imperativos a rotina de atividades presidenciais.”
Sobre os preços da lista de produtos presentes na licitação, Gil Castello Branco, fundador do site Contas Abertas, aponta que “o Governo Federal é o maior comprador do País, e, portanto, o natural seria usufruir de preços inferiores aos de mercado”.
“Os gastos são exorbitantes”, diz ele. “Diante dessa crise, o presidente deveria imediatamente cancelar essa licitação e adequá-la à realidade. Não há a menor necessidade de consumir essas iguarias durante um voo. O exemplo de austeridade tem que vir de cima, e o presidente tem agora uma ótima oportunidade de fazê-lo.” (AG)