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Mundo Polêmica: grupo católico debocha ao ouvir que o papa está possuído

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Monsenhor Clá renunciou ao cargo de superior-geral. (Foto: Divulgação)

O vazamento de vídeos controversos, a renúncia do superior-geral da sociedade e uma iminente visita de representantes do Vaticano. Uma polêmica ronda o grupo católico Arautos do Evangelho. Fundada há duas décadas, como uma dissidência da Sociedade Brasileira de Defesa da TFP (Tradição, Família e Propriedade), a sociedade ultraconservadora mergulhou em polêmica depois que o jornalista italiano Andrea Tornielli, do jornal “La Stampa” divulgou, no início do mês, vídeos feitos em reuniões fechadas da sociedade. Os registros atraíram os olhares de Roma, já que os Arautos estão presentes hoje em 78 países.

Uma das gravações mostra um padre lendo o depoimento de uma pessoa possuída que, durante uma sessão de exorcismo, anuncia a morte do Papa Francisco. O relato provoca a gargalhada dos sacerdotes presentes, incluindo o fundador e superior-geral da sociedade, monsenhor João Sconamiglio Clá Dias. Outro vídeo mostra o momento em que monsenhor Clá estaria praticando um ritual de exorcismo em duas jovens de uma forma que não condiz com a fórmula prevista no rito romano. Pelo menos outros sete vídeos, que mostram outros padres da sociedade praticando rituais, teriam sido vazados na internet.

Dias após a divulgação das imagens, mons. Clá anunciou, por meio de uma carta, sua renúncia ao cargo de superior-geral da associação. No texto, o sacerdote alega a idade avançada — 77 anos — como motivo para seu afastamento. Cinco dias antes, porém, o jornalista Marco Tosatti, havia noticiado que o Vaticano estaria preparando uma comissão para investigar os Arautos. De acordo com a notícia, publicada no site “La nuova bussola quotidiana”, a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica já estaria montando uma comissão, composta de um bispo, uma religiosa e um canonista, afim de analisar a situação dos Arautos do Evangelho.

Sobre as imagens vazadas na internet, os Arautos afirmam que os vídeos foram “subtraídos de modo indevido, com divulgação alterada. Porquanto a Associação tomou as providências necessárias, segundo os princípios do Direito Canônico e deram como assunto concluso”. A respeito da renúncia do fundador, a associação afirma que já estava prevista.

O conteúdo do vídeo

No vídeo, um padre dos Arautos do Evangelho toma algumas folhas com a transcrição do que seria um diálogo entre um sacerdote da sociedade e o demônio durante o que teria sido uma sessão de exorcismo.

Durante a sessão, em mais de um momento, o sacerdote pergunta sobre a Santa Sé e o Papa Francisco. “O Vaticano? É meu, é meu! Faz tudo o que eu mando, é um estúpido!”, afirma o demônio, gerando gargalhadas dos padres e do próprio Mons. Clá.

“Obedece a tudo que mando”, acrescenta o demônio, o qual assegurou que “o Papa vai morrer em um tombo” e que “o doutor Plínio está incentivando a morte” do Papa. Nesse momento, os sacerdotes também exclamam “fenomenal”, enquanto Mons. Clá sorri.

O vídeo, na íntegra, pode ser visto na reportagem do “La Stampa”. O trecho que cita o Papa Francisco e o Vacitano começa a partir do minuto 41m40s.

A divisão da TFP

Em 1995, com a morte do jornalista e advogado Plínio Corrêa de Oliveira, a TFP se viu em meio a uma disputa interna, que acabou culminando em uma redefinição do perfil da sociedade e na expulsão de membros mais antigos. Daí, surgiram dois grupos: a Associação dos Fundadores e os Arautos do Evangelho.

Braço direito do Dr. Plínio — como era chamado na sociedade — por quase 30 anos, o monsenhor Clá chamava a atenção pela facilidade que tinha com os jovens e pelo perfil religioso, destoante da maioria leiga dos membros da TFP. Sob a liderança de mons. Clá que, em 1997, dissidentes levaram a disputa pelo controle da TFP à Justiça. Os Arautos perderam em primeira instância, em 1998, mas conquistaram a posse do nome TFP em 2004, além de bens da sociedade.

Os Arautos do Evangelho receberam a chancela do Vacitano no dia 22 de fevereiro de 2001, quando foi reconhecido como uma Associação Internacional de Fiéis de Direito Pontifício. (AG)

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