Quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 22 de março de 2017
À primeira vista, tudo parece estar correto na foto acima. O príncipe Charles e a princesa Diana posam, juntos, para os selos do correio britânico. No entanto, tem algo no mínimo estranho na imagem: Charles media 1,80 metro, enquanto Diana tinha 1,77 metro de altura.
Como escreveu o sociólogo Philip N. Cohen no tuíte, “eles tinham a mesma altura”. Ou, se formos mais específicos, a diferença era de apenas 3 centímetros.
Cohen percebeu o fato “curioso” em 2010. Na época, ele escreveu um post sobre o assunto em seu blog e levantou a discussão de que casais com o homem mais alto do que a mulher são mais comuns e, portanto, vistos com mais naturalidade na sociedade. Cohen opinou que isso reforçava nos relacionamentos a normatividade do “homem mais alto e forte” com a “mulher mais baixa e fraca”. Na época, o post recebeu uma curtida.
Passamos para 2017, com as redes sociais muito mais desenvolvidas e, consequentemente, maior potencial de viralização para publicações como a que Cohen fez em 2010.
Cohen foi pesquisar melhor o tema e descobriu que o selo já havia sido questionado na época em que foi impresso, e que até o The New York Times dedicou uma coluna para esclarecer o assunto. A explicação foi que o design do selo, com a silhueta no canto superior esquerdo, exigia que a pessoa do lado direito da foto ficasse mais abaixo.
Enquanto muita gente ficou chocada com a descoberta ou disse que pensava a mesma coisa, outros pontuaram que apenas uma imagem não provava nada. Então o professor fez o seguinte post:
As imagens estarão sempre abertas a interpretação, mas o sociólogo se posiciona em um livro de sua autoria: “O marido mais alto invoca a imagem do homem protetor, dominante (‘Deixa que eu alcanço para você’), com uma esposa que nutre e apoia (‘Posso te fazer um sanduíche?’)”.
Cohen explica sua linha de pensamento em um post em seu blog. Para quem se interessa pelo assunto, ele também discute como a diferença de altura entre homens e mulheres é tratada em desenhos animados.