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Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2016
Um dos procuradores da Operação Zelotes, Frederico Paiva, reconheceu que, embora haja indícios de que parlamentares tenham recebido propina durante a tramitação de medidas provisórias, dificilmente será possível comprovar os pagamentos. “Parlamentar deve ter recebido. Agora, provar isso é que será muito difícil, infelizmente”, avaliou Paiva.
Ele disse que o modus operandi de dois dos réus – os lobistas Alexandre Paes dos Santos, o APS, e José Ricardo da Silva – dificulta o rastreamento de valores.
“Houve saque de um 1 milhão de reais na boca do caixa. Na medida em que há cash, uma mochila cheia de dinheiro não se consegue rastrear mais”, justificou.
Segundo ele, o montante era guardado em um cofre a que apenas APS e Silva tinham acesso. “A partilha era feita em dinheiro vivo, justamente para dificultar, e dificulta”, disse Paiva.
Ele lembrou que, para o MPF (Ministério Público Federal), está claro que parte da propina foi paga a ex-secretária de Comércio Exterior no MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) Lytha Spíndola e ao ex-diretor de Comunicação Social do Senado Fernando C. Mesquita.
Paiva lamentou o fato de algumas medidas solicitadas pelo MPF, como quebras de sigilos, terem sido negadas pela Justiça. (Folhapress)