Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de novembro de 2019
O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou, neste sábado (2), que disponibilizou a Secretaria de Cooperação Internacional que dará prioridade à Operação Mácula, que mira o navio grego Bouboulina, suspeito de ser a origem do vazamento de óleo que atingiu as praias do Nordeste brasileiro.
“A atuação repercute de forma extremamente positiva nacional e internacionalmente, prevenindo futuros casos e, por isso, merece todo apoio da PGR (Procuradoria-Geral da República), que inclusive já disponibilizou a secretaria de cooperação jurídica internacional para que trate o caso como prioritário”, disse Aras.
Nesta sexta-feira (1º) a PF (Polícia Federal) realizou buscas em dois endereços do Rio de Janeiro – da Lachmann Agência Marítima e da empresa Witt O Brien’s. As companhias teriam relação com o navio petroleiro de bandeira grega. Segundo o MPF (Ministério Público Federal) do Rio Grande do Norte, as investigações permitem atribuir ‘existência cristalina de fortes indícios’ de que o óleo veio do Bouboulina.
Nota
“O Procurador-Geral da República vem a público parabenizar o trabalho da PR/RN, por meio dos Procuradores da República Victor Mariz e Cibele Benevides, pela excelente atuação na chamada Operação Mácula.
O MPF demonstrou disciplina, harmonia com as demais instituições [PF e Marinha] e conseguiu tratar o caso do desastre ambiental na costa brasileira com a responsabilidade e o denodo que se espera dos membros do MPF.
A atuação repercute de forma extremamente positiva nacional e internacionalmente, prevenindo futuros casos e, por isso, merece todo apoio da PGR, que inclusive já disponibilizou a secretaria de cooperação jurídica internacional para que trate o caso como prioritário”, disse Augusto Aras.
Negação
Proprietária do navio suspeito do vazamento de óleo que atinge as praias do Nordeste, a companha grega Delta Tankers afirmou neste sábado que inspeção no petroleiro Bouboulina não encontrou provas de derrame de óleo da embarcação.
O navio Bouboulina foi apontado por investigações da polícia e do Ministério Público Federal como o responsável pelo vazamento, enquanto passava em frente à costa do Nordeste com uma carga de petróleo venezuelano rumo à Malásia.
“Não há provas de que o navio parou, conduziu nenhum tipo de operação STS [transferência de óleo entre navios], derramou/vazou óleo, reduziu a velocidade ou desviou sua rota durante a viagem”, disse a Delta, que reafirma ainda não ter sido procurada por autoridades brasileiras.
Na nota, a companhia diz que a inspeção incluiu pesquisa de informações de câmeras e sensores que os navios carregam, da atividade na embarcação, alterações de percurso, paradas e velocidade de navegação, entre outros.