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Colunistas Que não sirvam as nossas façanhas deêe modêeelo…!

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(Foto: Reprodução/ Ivo Gonçalves/PMPA)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Leio que o novo governador está trazendo gente de fora para o secretariado e quejandos. É a prova do fracasso do Rio Grande. Sem dinheiro e sem quadros para governar.

Temos os melhores cursos de economia, direito, administração pública, mestrados, doutorados e, na hora H, vamos ao Rio, Espírito Santo, Minas, etc para buscar nossos técnicos.

O próximo acampamento farroupilha precisa discutir esse tema. Haverá uma ala no acampamento especial para charlar sobre isso. Este é um tema para os Fagundes, que representam a tradição das tradições gaúchas. E faz tempo, não? Só da eles.

Rasgamos as bombachas. Nosso cavalo está manco. A cachaça em guampa virou Velho Barreiro.

Isso é o que dá ficar vivendo de fama. Deitados nos pelegos. Somos como o sujeito endividado e que tem uma bodega. Solução: vende a geladeira. E depois fecha a bodega.

A cidade de Porto Alegre está esburacada, cortiços tomam conta de logradouros, não há fiscalização sobre as placas e letreiros de estabelecimentos comerciais e as ruas estão lotadas daqueles caixotes de lixo de cor cinza. O que mais queremos? Estamos por cima do charque, pois não?

Fracassamos. Por aqui ninguém sabe nada de economia, segundo o governador. Quem sabe é o pessoal do Rio, Estado que está por cima do charque. Gestão? Nem falar. Faltou só trazer o procurador-geral do Estado lá de Goiás.

O Rio Grande exporta técnicos de futebol e, para governar, tem de buscar gente de fora. Por aqui, ao que parece, estamos no Z4. Vamos para a segunda divisão. Tragam o Celso Roth para cuidar do planejamento do Estado. Ele joga na retranca. Nos primeiros cem dias arrasa. Depois perde todas.

Teremos que fazer uma reunião extraordinária dos gaúchos para saber “onde foi que erramos”. Eu tenho uma intuição. Mas não vou dizer. A resposta passa por uma coisa tipo “acreditar demais na tradição” e no papo mágico de “time grande não cai”. Ups, já misturei com futebol.

Vejam: o que estou dizendo nada tem a ver com bairrismo. Competência não se mede territorialmente. Basta ver que Bolsonaro tem como Ministro da Educação um colombiano. A ver se vai dar certo.

O que estou dizendo é que os gaúchos devemos fazer uma autocritica. Urgentemente. Há centenas de anedotas sobre a nossa autoestima exagerada. O Papa é gaúcho. A mãe do chapeuzinho vermelho também. Só o lobo mau é que não é gaúcho.

Pois é. Nosso hino diz cada coisa… Só não sei se é verdade. O governador arrisca muito. Isso é bom. E é ruim. A ver.

Li no ano passado o livro de Alan Riding, Paris, a Festa Continuou, que trata da vida cultural de Paris durante a ocupação nazista. Há uma bela passagem, que fala de uma canção popular do ano de 1936, interpretada por Ray Ventura, chamada Tout va très bien, Madame La Marquise (“tudo vai bem, Madame La Marquise”).

A canção denunciava o que a França fingia não ver: o cataclismo que se aproximava. Na canção, os empregados de uma aristocrata continuavam a assegurar-lhe de que tudo estava bem, embora um incêndio tenha tomado conta de seu castelo, destruindo os estábulos e matando a sua égua favorita. Além disso, o marido de Madame cometera suicídio, mas, ainda assim, não havia com que se preocupar, porque, afinal, “tout va très bien, Madame La Marquise”.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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