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Mundo Saiba mais sobre o bitcoin, a moeda virtual que divide opiniões

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Desde o começo do ano, o valor da "criptomoeda" já se multiplicou por 15. (Foto: Reprodução)

Fenômeno monetário da década, o bitcoin tem disparado a sua cotação na mesma velocidade com que surgem dúvidas, interessados e críticas. Até mesmo economistas com o Prêmio Nobel na estante torcem o nariz para essa e outras moedas virtuais, ou “criptomoedas”.

Se essa modalidade representa uma bolha financeira e vai estourar em algum momento, ainda ninguém sabe. O certo é que muitos já ganharam milhões apostando com carteiras virtuais. O câmbio é dinâmico e um bitcoin já vale mais de R$ 50 mil.

No começo do ano, um bitcoin era negociado por mil dólares (R$ 3,3 mil), mas seu valor se multiplicou por 15, estimulado pelo interesse dos mercados americanos, que preveem lançar este mês contratos a prazo.

Diferente do real, do dólar e do euro, a moeda virtual não é regulada por nenhum governo ou Banco Central. A lisura dos processos, garantem os operadores, está nos milhões de computadores que validam cada transação. Todas, desde 2009, estão em um ‘livro-caixa’ público e inviolável, o chamado “blockchain”.

Atualmente, o valor de mercado do bitcoin é superior ao da Coca-Cola e ao Produto Interno Bruto de um país como a Finlândia. “A evolução do preço é excepcional e não tem equivalentes. Essa dinâmica é claramente uma bolha, só não sabemos quando vai estourar”, garante Neil Wilson, analista da ETX Capital.

Muitos discordam. “Quem fala em bolha não tem o menor conhecimento histórico do bitcoin. O mundo digital requer economistas que analisem melhor esse histórico. A bolha até vai estourar, mas vai se recuperar de novo, como aconteceu umas cinco vezes e voltou com preço quatro vezes maior”, atesta Rocelo Lopes, CEO da CoinBR, uma das corretoras em atividade no Brasil.

O auditor Adilson Silva, da empresa de consultoria Mazars, considera inevitável a comparação com moedas físicas: “O dólar, por exemplo, tem um laço econômico, já o bitcoin é especulativo, por oferta e demanda. Quanto mais pessoas compram, mais ela sobe, e quanto mais pessoas vendem, ela decai. O risco é muito grande. Por outro lado, é uma forma de pagamento importante, não podemos fechar os olhos para isso. No Brasil, 2 mil estabelecimentos de comércio já aceitam”.

Questionamento

Joseph Stiglitz, Nobel de Economia em 2001 e ex-economista-chefe do Banco Mundial, é curto e grosso. “Por que as pessoas querem essa ‘moeda alternativa’? É para participar de atividades ilícitas: lavagem de dinheiro, evasão fiscal”, fuzilou, em entrevista à BBC. Jean Tirole, vencedor em 2014, faz coro. “Não tem valor intrínseco e pode afundar da noite para o dia. Por isso, não gostaria que os bancos franceses investissem no bitcoin.”

O risco, de fato, é uma unanimidade. “Há investidores cientes disso: ‘Eu sei que tem o risco, mas tem os números, o histórico”. E tem a questão de o usuário poder executar o investimento a qualquer momento, sem ter que ligar para banco”, comenta Rocelo. “Não é uma atividade econômica regulada. A moeda sobe e desce muito rapidamente e, apesar de a rentabilidade ser grande, o risco também é”, resume o professor de economia do Ibmec-RJ Ricardo Macedo.

Desconfiança

A CoinBR, uma das operadoras que trabalham com criptomoedas, teve problemas. Sem dar muitas explicações, Itaú e Bradesco decidiram unilateralmente encerrar as contas da empresa, que no entanto recorreu à Justiça e conseguiu mantê-las por liminares.

Mesma sorte não teve a Mercado Bitcoin, cuja conta de pessoa jurídica no Itaú foi extinta depois de longa batalha que parou no STJ. À ‘Veja’, o CEO da corretora, Rodrigo Batista, afirmou possuir 520 mil clientes e estimar receita de R$ 2 bilhões só este ano.

“Há muitas notícias boas, como o Japão reconhecer o bitcoin e a Coreia do Sul aumentar a plataforma. Aqui no Brasil a gente vê mais corretoras entrando. E há interesse do eBay, da Amazon e da Aliexpress de aceitarem a moeda”, exemplifica Rocelo, o CEO da CoinBR.

Algumas curiosidades

– Consta que o bitcoin surgiu de um estudo assinado por um suposto investidor, Satoshi Nakamoto, que jamais deu apareceu publicamente. Especula-se, porém, que se trate de um grupo escondido sob esse pseudônimo.

– O usuário não precisa comprar um bitcoin inteiro. Há frações e subfrações da moeda, que podem ser adquiridas a preços proporcionais e acessíveis.

– Há quem gaste um bom dinheiro montando computadores robustos para validar as transações. A cada lote de mineração, os primeiros a verificar a autenticidade da transferência ganham frações da moeda. Segundo especialistas, porém, a atividade já não vale mais tanto a pena, por exigir muito dos hardwares.

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https://www.osul.com.br/saiba-mais-sobre-o-bitcoin-moeda-virtual-que-divide-opinioes/ Saiba mais sobre o bitcoin, a moeda virtual que divide opiniões 2017-12-10
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