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Brasil Todo o acervo da coleção egípcia do Museu Nacional foi perdido em incêndio. Apenas 10% do total resistiu

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Exemplar do acervo egípcio que havia no museu antes do incêndio. (Foto: Alexandre Macieira/Riotur/Fotos Públicas)

Após um dia do incêndio que devastou praticamente todo o acervo do Museu Nacional, pesquisadores ainda tentam levantar o material que foi perdido. A estimativa é de que apenas 10% tenha resistido. No início do tarde, o geógrafo Renato Cabral Ramos informou que toda a coleção egípcia, inclusive as múmias, foi perdida. Mas uma das peças mais importantes, “Luzia”, o crânio humano mais antigo já encontrado no Brasil, continua desaparecido.

“Torço que ela tenha ficado intacta. Que tenha sobrevivido, mas é impossível dizer algo agora”, falou.

Segundo funcionários, “Luzia” estava guardada dentro de um caixa de metal, no interior de um armário, no primeiro andar. Na ala dos fundos do museu. O armário está sob escombros, por isso não é possível saber seu estado.

“Ainda ha focos de incêndio e fumaça. Meu cálculo é de que apenas 10% do acervo resistiu. Sobre Luzia é impossível dizer se sobreviveu”, afirmou a vice-diretora do museu, Cristiana Serejo.

O crânio foi achado nos anos de 1970 em Lagoa Santa, Minas gerais. É um das mais importantes descobertas e de valor inestimável. É o registro das primeiras populações humanas que habitaram o Brasil há 11 mil anos.

Segundo Cristiana Serejo, a biblioteca de Antropologia e de Ciências Sociais do museu, a maior da UFRJ, também foi destruída. Pelas redes sociais, há relatos de que o acervo de Línguas Indígenas, com gravações desde 1958 dos cantos em muitas línguas sem falantes vivos, papéis, fotos, negativos, o mapa étnico-histórico-linguístico original com a localização de todas as etnias do Brasil, – único registro datado de 1945 – também não sobreviveu.

Peças que resistiram

Em meio a tantas notícias ruins, os pesquisadores tiveram um pequeno alento. Alguns funcionários entraram junto com a Defesa Civil no prédio e conseguiram resgatar um quadro de Marechal Rondon. A pintura em óleo, que está coberta de fuligem, pode ser restaurada, acreditam. Ela é do início do século XX, e mostra o Marechal Rondon fardado. Segundo pesquisadores, o laboratório de restauração também não foi atingido pelas chamas.

Ao longo do dia, alguns funcionários puderam entrar no prédio e conseguiram resgatar outras peças que não foram destruídas.

Egito e Peru ofereceram ajuda

Além da ajuda oferecida pelo presidente da França França, o Brasil recebeu do Ministério de Relações Exteriores do Egito e o governo do Peru o oferecimento de apoio técnico para recuperação do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, quase totalmente destruído por um incêndio iniciado no domingo. O governo egípcio ainda pediu às autoridades brasileiras informações sobre o estado das peças arqueológicas egípcias que faziam parte da coleção do museu.

De acordo com as informações do Ministério de Relações Exteriores, em um comunicado, a pedido do Ministério de Antiguidades egípcio, o contato foi feito por meio da Embaixada do Egito em Brasília para que esclareça em que estado se encontram as peças procedentes do país.

Além disso, o Egito expressou sua disposição de proporcionar ao Brasil, por meio do Departamento de Antiguidades, “a experiência técnica no âmbito de proteção do patrimônio e restauração de todo tipo de peças arqueológicas” de todas as épocas.

A pasta de Exteriores acrescentou que o governo egípcio se interessou por esses objetos depois de ter se informado das notícias de “um grande incêndio no Museu Nacional de Rio de Janeiro” e “dos danos severos que sofreram as peças arqueológicas conservadas no Museu”.

Considerou o incidente como “uma grande perda de um patrimônio mundial de valor incalculável”, pela qual expressou seu “apoio absoluto” ao Brasil após o incêndio.

O governo do Peru lamentou nesta segunda-feira (3) “o incêndio devastador” ocorrido no Museu Nacional do Rio de Janeiro e manifestou sua disponibilidade “para cooperar no que for possível” para lidar com a situação.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros peruano lembrou que o museu era “a mais antiga instituição científica do Brasil”, razão pela qual lamentou “a irreparável perda do acervo histórico e do patrimônio por trás deste trágico incidente”.

“O Peru expressa sua solidariedade e disposição de cooperar em tudo o que for viável para enfrentar essa situação, a qual, felizmente, não deixou vítimas para se lamentar”, concluiu.

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