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Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2017
O jovem Maycon Douglas de Andrade Fernandes, de 24 anos, morreu na cidade de McAllen, no Texas, após atravessar a fronteira do México com os EUA. Sua família, em Conselheiro Pena (MG), foi informada nesta segunda-feira (14). Ele é o quarto brasileiro a morrer na travessia em 2017.
O último contato de Maycon com a família havia sido no domingo (13). De acordo com relatos de um companheiro de viagem, durante a caminhada, após atravessarem a fronteira, ele passou mal, vomitou três vezes e morreu. O corpo foi levado para o IML da cidade de Laredo, onde aguarda o traslado para o Brasil.
Em junho, um mineiro de 30 anos, morador de Teófilo Otoni, foi encontrado morto na fronteira dos dois países. Ele estava desaparecido desde abril. Em maio, Sidney da Silva, de 39 anos, morreu ao tentar a travessia ilegal para os EUA. Ele foi identificado por causa do passaporte. Sidney havia morado em Boston e tentava voltar ao país, onde moravam sua esposa e a filha caçula.
Apesar da emblemática e famosa travessia terrestre pela fronteira entre os Estados Unidos e o México, mais da metade dos imigrantes sem documentação que vivem nos Estados Unidos entram por via aérea, geralmente com visto de turista. Depois de vencer o prazo de permanência no país, eles não retornam ao país de origem.
A estimativa do governo norte-americano é de que dos 11 milhões de pessoas sem documentação, pelo menos 6 milhões cheguem com visto pelos aeroportos. Nessa categoria se enquadra a maioria dos brasileiros que vivem nos EUA sem visto de permanência. Entram com visto de turista e não regressam dentro do prazo estipulado (em geral, seis meses).
O muro fronteiriço começou a ser construído entre os dois países desde 1994, sendo que atualmente já estão prontos 1.050 quilômetros. O projeto de Donald Trump prevê a construção de uma parte horizontal e outra feita por meios de valas. O custo total da obra será de US$ 8 milhões.
O muro do México deverá ter cerca de 1,6 mil quilômetros de comprimento. A fronteira tem, ao todo, 3,2 mil quilômetros, mas além da parte já construída (que será remodelada), existem barreiras naturais.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 6% dos imigrantes no mundo passam pela fronteira dos Estados Unidos com o México.
O governo mexicano estima que cerca de 160 mil pessoas atravessem a fronteira terrestre entre os dois países a cada ano. Mas a maioria dos que cruzam a fronteira não são de nacionalidade mexicana.
O custo médio cobrado pela travessia varia, mas um imigrante pode pagar entre US$ 6 mil e US$ 10 mil para ser “guiado” entre a fronteira pelos coiotes. (AE/ABr)