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Mundo A volta de Cristina Kirchner aos comícios embaralha a política argentina

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Ex-presidente atraiu milhares de apoiadores. (Foto: Reprodução)

Com Mauricio Macri ocupando a Presidência da Argentina há um ano e meio, há poucas dúvidas sobre quem é hoje uma das figuras mais influentes na política local: Cristina Kirchner, sua antecessora.

A ex-presidente continua participando muito da vida nacional. Seu papel nas eleições legislativas de meio de mandato, em outubro, poderá decidir o resultado, enquanto que o programa de reforma econômica de Macri, voltado para o mercado, vai depender em grande parte dos destinos legal e político da exaltada populista.

A decisão de Cristina, na semana passada, de criar uma coligação separada do tradicional partido peronista, ameaça dividir o voto da oposição, o que pode beneficiar Macri. Cristina ainda não decidiu se disputará a eleição: o prazo para registro dos candidaturas acaba neste sábado.

Um assento no Congresso argentino daria a Cristina imunidade parlamentar, num momento em que ela enfrenta múltiplos casos de corrupção. O avanço das acusações contra ela —muitos de seus colaboradores também estão sendo investigado ou já estão presos — é visto por muitos como um indicador da força do sistema judicial argentino. Isso é bom pois há temores de que os investimentos estrangeiros que Macri espera atrair para revitalizar a economia não se concretizem se o Estado de direito não for aplicado.

“O lugar de Cristina Kirchner é na cadeia”, diz Mariana Zuvic, uma política que passou vários anos investigando a ex-presidente e seu falecido marido, o ex-presidente Néstor Kirchner. “Se restabelecermos o sistema judicial, é onde ela vai parar. A Argentina não pode reconquistar a confiança se tiver um Judiciário comprometido. Esse é o maior desafio que enfrentamos.”

Macri, que acusa Cristina de arruinar a economia argentina, está moldando as eleições como uma escolha difícil entre um voto nele ou um retorno à corrupção e a estagnação econômica.

O consultor político Felipe Noguera acredita que essa estratégia renderá frutos, apesar da recuperação fraca. Ele diz que ter Cristina por aí antes das eleições ajuda “as pessoas a se lembrarem de porquê elas votaram em Macri”.

“Se e quando o peronismo voltar, será uma força de peso. Mas enquanto Cristina Kirchner e tudo o que ela representa continuar se impondo [dentro do partido], será difícil defender as perspectivas eleitorais da oposição.”

A economia da Argentina deverá crescer 2% este ano, após uma queda de 2% em 2016, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional). Nesta semana, o país emitiu US$ 2,75 bilhões em bônus de 100 anos de prazo, num sinal de sua reabilitação entre os investidores internacionais.

Talvez o melhor exemplo do legado controvertido da era Kirchner esteja na pouco povoada província de Santa Cruz, no sul do país, que a família controla desde que Néstor foi eleito governador em 1991. Hoje governada por sua irmã, Alicia Kirchner, Santa Cruz é indiscutivelmente a província argentina mais rica, graças aos recursos naturais abundantes, mas na verdade está quebrada. O não pagamento de servidores públicos já resultou em tumultos neste ano.

Ainda assim, Cristina segue popular entre os pobres das áreas urbanas da província de Buenos Aires, a maior e mais populosa. Analistas do Bank of America Merrill Lynch alertaram que uma vitória de Cristina na província “paralisaria” decisões de investimentos.

Se Cristina conseguir se eleger, ela vai se beneficiar da mesma imunidade legal que ajudou Carlos Menem, presidente da Argentina nos anos 90 e que está concorrendo novamente neste ano a um novo mandato como senador. Ele evitou a prisão apesar de ter sido declarado culpado de tráfico de armas e peculato.

Poucos creem que Cristina consiga voltar à Presidência. Em vez disso, a ex-líder, que nega todas as acusações contra ela, deverá continuar alegando que é vítima de perseguição política. Conforme escreveu no Facebook recentemente: “Até onde irá a pressão do poder executivo para continuar usando esses processos judiciais como manobra para o desvio dos verdadeiros problemas que afligem nosso país e o povo?”. (AG)

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https://www.osul.com.br/volta-de-cristina-kirchner-aos-comicios-embaralha-politica-argentina/ A volta de Cristina Kirchner aos comícios embaralha a política argentina 2017-06-22
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