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10% dos 30 milhões de brasileiros que poderão sacar o dinheiro das contas inativas do FGTS concentram metade dos R$ 43,6 bilhões disponíveis para o resgate

Dados foram divulgados pela Caixa (Foto: Banco de Dados)

Entre os 30 milhões de trabalhadores que poderão fazer o saque das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) até julho, 10% concentram metade dos R$ 43,6 bilhões disponíveis para o resgate a partir de março, segundo dados da Caixa Econômica Federal.

Essas 2,8 milhões de pessoas têm a receber entre R$ 3 mil e R$ 50 mil cada, totalizando R$ 21,7 bilhões em suas contas do FGTS. Esse valor é sete vezes maior do que os R$ 3 bilhões de saldo nas contas inativas de mais da metade (55%) dos trabalhadores – ou 16,6 milhões de pessoas – com direito a resgatar menos de R$ 500 cada.

Apenas cerca de 50 mil brasileiros – 0,16% dos que têm direito ao resgate – poderão sacar valores acima de R$ 50 mil. Outros 16%, ou 5 milhões de pessoas, poderão sacar entre R$ 501 e R$ 1 mil, de acordo com o banco, que administra o dinheiro do fundo.

O presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo, Claudio Felisoni de Angelo, afirmou que a alta concentração dos recursos disponíveis no FGTS reduz o potencial de uso desse dinheiro para o consumo, um importante ingrediente para reanimar a economia em recessão. “Quanto maior a concentração do dinheiro, menor é a expansão do consumo”, explicou.

Economistas avaliam que os saques das contas inativas do FGTS podem ajudar a reduzir a inadimplência, mas terão um impacto limitado para reaquecer o comércio. Eles acreditam que parte desses recursos será usada para quitar dívidas, enquanto o restante deve ir para o consumo e aplicações financeiras. (AG) 

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