A prefeitura de Carazinho (Região Norte do Estado) confirmou nesta segunda-feira (23) os dois primeiros casos fatais relacionados ao surto de coronavírus em um asilo de idosos. Ambas as vítimas residiam na instituição de acolhimento, tinham respectivamente 81 e 98 anos e faleceram no começo da semana passada e no último sábado.
Atuando no segmento privado, a instituição denominada “Suave Idade – Home Care” está localizada no bairro Braganholo. A onda de casos totaliza ao menos 38 confirmações de contágio até agora, incluindo 16 pessoas que trabalham no local.
Também foram cenários de surto de covid lares de idosos em cidades como Nova Petrópolis (Serra Gaúcha), Santo Antônio das Missões e Não-Me-Toque (Região Norte). Nessa última, um surto de coronavírus entre idosos e funcionários de uma casa geriátrica já resultou em quatro mortes de velhinhos, com idades de 89, 94, 74 e 93 anos.
Desde os primeiros casos no local, no final do mês passado, ao menos 12 dos 40 internos dessa instituição receberam teste positivo para covid, o que resulta em um índice relativamente alto, de 30%. Já entre 42 os trabalhadores do estabelecimento, cinco deles tiveram contágio confirmado, proporção equivalente a quase 12%.
A gerência do asilo garante que toda a clientela da casa, bem como o quadro de funcionários, recebeu duas doses de vacina contra o coronavírus. Eles também foram imunizados contra a gripe.
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), pessoas idosas e portadoras de doenças crônicas são os grupos mais suscetíveis ao desenvolvimento de quadros respiratórios graves e resultados fatais ao se infectar com o coronavírus.
“Portanto, o Centro de Operações de Emergências (COE), da Secretaria da Saúde, emitiu uma nota informativa com recomendações de prevenção e controle de infecções a serem adotadas nas Instituições de Longa Permanência de Idosos”, ressalta a página da pasta no site oficial estado.rs.gov.br.
Monitoramento
No dia 17 deste mês, a SES divulgou nota informativa sobre surtos em estabelecimentos do setor. Conforme o órgão, o aumento desse tipo de situação e a ameaça da variante Delta do coronavírus no Rio Grande do Sul motivaram um reforço no monitoramento pelas autoridades gaúchas.
Desde então, as notificações de surtos de covid passaram a ser inseridas em estatística centralizada pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). Também começaram a ser adotados critérios mais claros para registro, investigação, ações de controle, testagem e isolamento.
A partir da identificação de um caso de infecção por coronavírus em hospital ou dois casos em trabalhadores da saúde, o estabelecimento deverá comunicar o fato à vigilância epidemiológica municipal e ao Cevs em até 24 horas.
Já na investigação do surto deverão ser buscadas informações a respeito do paciente índice (data de admissão, diagnóstico, caminho percorrido na instituição, sinais e sintomas ocasionados pelo evento, incluindo óbito).
Outro aspecto fundamental ressaltado pelo texto diz respeito à vacinação contra o coronavírus, tema que ainda é motivo de dúvidas e desinformação por muitas pessoas.
A Secretaria Estadual da Saúde reitera que a possibilidade de contágio por coronavírus e de manifestação de sintomas da covid (incluindo risco de óbito) existe mesmo para quem já recebeu as duas doses de Coronavac, Oxford e Pfizer ou a dose única da Janssen. Daí a importância de que sejam mantidos os cuidados básicos de prevenção.
(Marcello Campos)